A ‘nova’ proposta apresentada pela CPFL Energia é uma cabeçada no estômago dos trabalhadores e vem recebendo cartão vermelho em todas as assembléias que o Sinergia CUT vem realizando nos locais de trabalho.
Para forçar a empresa a retomar a mesa de negociação, a categoria já está aprovando o Plano de Luta que começa com paralisação de meio dia na próxima semana. Caso contrário, os trabalhadores fazem paralisação de um dia na semana seguinte. A decisão é levar o time dos trabalhadores para o contra ataque, com garra e disposição para dar um show de bola.
Tudo para quebrar a intransigência dos negociadores que insistem em uma proposta ‘final’ que não atende à pauta de reivindicações da categoria. Além disso, a CPFL Energia recusou o convite do Sinergia CUT e não compareceu à reunião de negociação marcada para a manhã da última segunda-feira (10), na sede do Sindicato, e que contaria com a participação também dos sindicatos dos Engenheiros e dos Técnicos.
Com a retomada da mesa, além de dar mais uma demonstração de disposição para negociar, o Sinergia CUT pretendia demonstrar à empresa que é possível avançar tanto na proposta econômica como na prorrogação da Política de Emprego.
Show de arrogânciaPara não perder por WO, a CPFL preferiu encaminhar carta ao Sindicato informando que entende ‘ter esgotado o ciclo de negociações, razão pela qual declina do convite’.
E ainda tomou ‘a liberdade de informar’ e estender ao Sinergia CUT ‘o contéudo da proposta unificada (?!?) como resultado da Audiência de Conciliação conduzida pelo Tribunal Regional do Trabalho no dia 07 de julho e discutida com representantes dos sindicatos presentes (?!?)’.
Proposta mascaradaA verdade é que a proposta da CPFL Energia mantém os 4% de reajuste nos salários e benefícios, inclusive vale refeição, gratificação de férias e auxílio creche.
Mascarou uns pequenos avanços no VA e na PLR. O vale alimentação seria agora corrigido em 10% e com redução da participação dos trabalhadores da primeira faixa (até R$ 2.010,08) para 20% e dos demais para 15%. Já a PLR seria corrigida em 4% e acrescida de um valor fixo de R$ 340 (R$ 40 a mais que na proposta anterior) e sem incorporação ao valor de referência.
A Política de Emprego não seria prorrogada na Paulista e não seria estendida para o pessoal da Piratininga, o que mostra que quer ter liberdade total para demitir. E continua também insistindo em antecipar para agosto próximo a negociação do ano que vem. Tudo com a cumplicidade dos sindianteros.
Emprego em risco na PiratiningaDepois de desarmar a tática da CPFL Energia, combinada com algumas entidades que fingem jogar no time dos trabalhadores, o Sinergia CUT entra em campo novamente para demonstrar que a empresa insiste em ter liberdade total para demitir.
A ‘nova proposta’ de Política de Emprego na Piratininga só muda na redação, mas não se diferencia da atual no conteúdo. A CPFL mantém a rotatividade em 1,5% para um quadro mínimo de 1090 trabalhadores. Só escreve que ‘compromete-se a não proceder desligamentos motivados por reestruturação funcional, mudanças tecnológicas e ou reorganização empresarial até 31 de maio de 2007’.
Além de não cumprir o quadro mínimo estabelecido no atual ACT, a Piratininga continua insistindo em demitir mais trabalhadores e perpetuar a discriminação. O Sinergia CUT faz a pergunta que não quer calar: se a proposta da empresa é não demitir arbitrariamente, por que não estender a cláusula da Paulista, equiparando a Política de Emprego para todos os trabalhadores da CPFL Energia?
Emprego em baixa na PaulistaA conquista da cláusula de Política de Emprego na Paulista aconteceu às vésperas da privatização, resultado da luta do Sinergia CUT. Ainda assim, o número de trabalhadores do quadro próprio foi reduzido drasticamente em função de vários PDVs, enquanto o número de trabalhadores terceirizados aumentou significativamente.
Acompanhe a redução do quadro próprio: em 1994 eram 7.755 trabalhadores, em 1997 totalizavam 5.558 trabalhadores, em 1998 caíram para 4.422 trabalhadores e atualmente são apenas 3.160 trabalhadores (ACT).