Estatal quer punir trabalhadores que participaram de greve legal e legítima, tirando o direito a mérito e promoção. Reação do Sindicato é imediata
Leia abaixo a opinião da direção do Sinergia CUT e as providências que o Sindicato está tomando para impedir mais essa arbitrariedade tucana em SP:
‘Retaliação. Essa prática típica da ditadura militar está virando obsessão do governo Serra quando o assunto é a luta dos trabalhadores por direitos em manifestações pacíficas, ordeiras e responsáveis. A ordem expressa é impor o silêncio aos trabalhadores.
Foi o que aconteceu recentemente com os metroviários afastados por participarem da paralisação pela manutenção do veto à emenda 3. É o que está acontecendo com os trabalhadores da CESP que participaram de uma greve legal e legítima e estão sendo punidos moralmente e prejudicados financeiramente, já que ficaram sem direito a mérito e promoção.
O desabafo de um cespeano indignado confirma a triste realidade e o clima de insatisfação dos trabalhadores. Em carta encaminhada ao Sinergia CUT, escrita na emoção do Dia do Trabalhador, o cespeano afirma: ‘A CESP noticiou no final de abril que os trabalhadores ganhariam algum tipo de promoção só se não tivessem participado de paralisações e não tivessem nenhum tipo de processo trabalhista contra a empresa’.
Na tentativa de entender o que se passa, o trabalhador questiona a prática inaceitável: ‘Fala-se tanto em motivação, melhoria contínua, multifuncionalidade, importância do trabalho de equipe, mas cadê tudo isso?’. Ou: ‘Por que a CESP sempre caminha na direção contrária quando se refere à gestão de pessoas?’. Mais: ‘Será que faz isso propositalmente para que passemos a acreditar que a privatização seria o melhor caminho? ‘. Depois questiona a contradição: ‘A greve foi julgada legal e não abusiva, como podem os trabalhadores serem punidos por isso?’.
Tem total razão o companheiro. A atitude da empresa é ilegal, pois afronta a decisão do TRT que decidiu pela legalidade da greve. É também uma prática anti-sindical, pois tenta impedir o direito de organização, e ato de assédio moral, pois impõe punição a quem participou da luta pela justa distribuição da PRR.
Mas a reação do Sinergia CUT foi imediata: um abaixo assinado de repúdio está sendo entregue à direção da CESP e à Secretaria de Energia e uma denúncia está indo ao Ministério Público do Trabalho, para apuração rigorosa de crime contra a organização sindical, ato anti-sindical e assédio moral. Estamos também à disposição para encaminhar ações individuais dos trabalhadores prejudicados e denunciando essa retaliação ilegal e imoral em Carta Aberta à População, de fato e de direito a dona desse patrimônio público de SP.’