Para vencer a intransigência da direção da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), agora controlada pela estatal colombiana ISA que decidiu encerrar unilateralmente a negociação da Campanha Salarial 2007, os trabalhadores da empresa de transmissão decidiram entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (23) em todo o interior paulista.
A decisão foi tomada em assembléias realizadas pelo Sinergia CUT na manhã da última segunda-feira (16) em Araraquara, Bauru, Itapetininga, Jupiá, Presidente Prudente, Serrana, Votuporanga e Assis, entre outros locais.
A data base da categoria é 1° de junho. Mas a direção da CTEEP interrompeu a negociação e tenta impor uma proposta que prejudica os trabalhadores e rebaixa o atual Acordo Coletivo. A proposta rejeitada pelo Sinergia CUT na mesa de negociação é de 4,5% de reajuste nos salários e benefícios, mudança na atual cláusula que garante o emprego dos trabalhadores contra demissões arbitrárias, tentativa de legalizar o trabalho gratuito aos domingos e redução da PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
O Sinergia CUT já denunciou a situação ilegal do trabalho no DSR (Descanso Semanal Remunerado) e está tomando todas as providências cabíveis na Justiça e no MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) para impedir a continuidade da irregularidade.
Os negociadores da CTEEP também apostam na divisão da categoria: ‘Manipularam o processo de forma que outras entidades já aprovaram a proposta apresentada como final e ainda usam o corpo gerencial para pressionar os trabalhadores a também aprovar o que é de interesse só da empresa’, destaca o Sinergia CUT. ‘É difícil acreditar que os trabalhadores das outras bases sindicais, ligadas à CGT, aceitaram abusos como trabalho de graça aos domingos e prejuízo de R$ 1.250 na PLR’, completa.
Agora a CTEEP tenta novamente dividir a categoria, pagando os reajustes econômicos retroativos só para uma parcela da categoria, discriminando os trabalhadores da base do Sindicato que rejeitou a proposta.
Para a direção do Sinergia CUT, os controladores colombianos não deixaram outra saída senão a greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (23), depois de várias mobilizações para fazer avançar a negociação. ‘Agora, a greve é a única saída para romper a intransigência da empresa e garantir direitos dos trabalhadores conquistados em anos de luta’.