Em assembléia que terminou na noite da última sexta-feira (03), os metroviários de São Paulo decidiram suspender a greve que havia começado à 0h de quinta-feira (02). A decisão foi tomada depois que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2a Região considerou a paralisação da categoria abusiva.
Em audiência realizada na tarde da sexta (03), o TRT de São Paulo considerou a greve dos metroviários abusiva e determinou a volta ao trabalho. Os cinco juízes seguiram o voto da relatora, Catia Lungov, que exigiu também que o Sindicato pagasse imediatamente a multa diária de R$ 100 mil. Recomendaram também que as partes voltem a negociar.
Intransigência do governoSem avanço na negociação com o governo Serra, os metroviários decidiram cruzar os braços na quinta-feira (02) da semana passada. No mesmo dia, uma audiência de conciliação foi convocada pela juíza Wilma Nogueira de Araújo Vaz, com o objetivo de intermediar o conflito instalado entre empresa e trabalhadores. No entanto, não houve avanço na negociação. Por esse motivo, nova assembléia da categoria decidiu pela continuidade do movimento no dia seguinte.
ReivindicaçãoOs metroviários, que têm data base em maio, já assinaram o Acordo Coletivo deste ano. Mas a categoria reivindica o pagamento da Participação nos Resultados (PR) com base em uma folha e meia de pagamento, distribuída de forma igual para todos, com uma antecipação imediata de R$ 1.800.
No entanto, a empresa propõe pagar apenas uma folha de pagamento, de forma proporcional, privilegiando os cargos de chefia, que têm os maiores salários. Propõe também uma antecipação de R$ 800 para ser paga em 1º de setembro, deixando o restante do valor para ser negociado somente em fevereiro de 2008.
BalançoA greve por tempo indeterminado decretada pelos metroviários em 24 de julho contou com a participação total da categoria. Segundo o Sindicato dos Metroviários, ‘a exceção ficou para cerca de 500 funcionários que pleiteiam receber a maior parte da PR, que ocupam cargos de confiança e ou de chefia, e que acabaram se submetendo a participar do improvisado esquema do Metrô para manter as Linhas 1 (Azul) e 2 (Verde) em funcionamento precário’.
Esquema de emergênciaAntes da greve, na manhã da terça (31) o Sindicato apresentou uma denúncia na Delegacia Regional do Trabalho (DRT), contra a medida tomada pelo Metrô de colocar pessoas que não têm experiência e qualificação necessárias para executar funções como de operar trens.
Logo que tomou ciência do fato, a delegada do trabalho determinou que um auditor fiscal fosse até a estação Ana Rosa, onde as denúncias do Sindicato foram confirmadas. Segundo o Sindicato, ‘havia desvio de função para o funcionamento do sistema, com o ‘aproveitamento’ de pessoas despreparadas para tanto, o que colocou em risco a segurança e a integridade de funcionários e usuários’.