Entre terça (05) e sexta (08), Sinergia CUT participa dos debates da 12ª Plenária Nacional da Central que define estratégias e ações para o próximo período
O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, falou ao Portal do Mundo do Trabalho pouco antes do início da 2a Plenária Nacional de Mulheres e um dia antes do início da 12a Plenária Estatutária Nacional.
Artur, qual a importância da 12a Plenária e quais as expectativas em relação ao encontro?
Historicamente, em nossas Plenárias sempre houve decisões muito importantes, que nos ajudaram a orientar nossas ações e fizeram com que a CUT tivesse grande influência nos rumos da política e da economia brasileiras. A primeira delas, por exemplo, colocou a CUT na ponta-de-lança do movimento pelas Diretas Já. A seguinte, após muito debate, considerou que a Constituinte era legítima, embora a maioria dos parlamentares fosse conservadora, e deliberou por nossa participação efetiva. As greves gerais que realizamos sempre foram debatidas e decididas em Plenárias.
Foi na 6a Plenária que decidimos pelas cotas mínimas para a participação das mulheres nas direções e nos fóruns cutistas, assunto este que é destaque no dia de hoje, durante a 2ª Plenária Nacional de Mulheres. Exemplos não faltam.
A Plenária é um momento de reflexão sobre a conjuntura nacional e internacional e de identificação dos espaços que podemos e devemos ocupar na luta por um Brasil mais justo. A 12ª não será diferente. Vamos renovar nossas estratégias em relação a alianças com os movimentos populares, nossas políticas internas, nossa comunicação, nossa luta pela disputa das bases sindicais, relações internacionais e, especialmente, fazer um exercício de vislumbrar o próximo período para nos posicionarmos com transparência e segurança frente aos desafios.
E tudo isso vem embalado pela participação de companheiras e companheiros de todas as regiões do Brasil, capazes de compreender as realidades e apontar caminhos, numa verdadeira festa da democracia. Aliás, dessa prática democrática constante da CUT vem parte significativa do aprendizado brasileiro. Em seguida, a Plenária deságua no Congresso Nacional da CUT, quando a estratégia é mais bem definida e há renovação nos quadros dirigentes da Central.
Esse aspecto democrático ganha este ano o reforço da Assembléia Popular em São Bernardo.
Exatamente. Lá no ABC, um dos berços do sindicalismo cutistas, vamos realizar uma Plenária a céu aberto, com a participação de todos que vierem. Vamos apresentar o Plano de Lutas elaborado pela Plenária para que as pessoas participem da votação. Esperamos muita gente. Por estes dias, estamos fazendo panfletagem na cidade, para convidar a população a comparecer na próxima sexta, dia 8, às quatro da tarde, na Praça da Matriz.
Qual o aspecto da conjuntura deste ano de 2008 que ocupará a maior parte dos debates?
Muito se tem falado em inflação. Vamos certamente deliberar que as nossas campanhas salariais devem continuar aguerridas, ousadas, e novamente contrariar a visão conservadora que tenta diminuir o espaço de participação do trabalho na renda nacional. Salário é desenvolvimento, e a inflação deve ser combatida pela oferta abundante de alimentos através da agricultura familiar, do controle sobre estoques e combate à especulação. Outro destaque é a luta pelo respeito à dignidade humana e ao meio ambiente, para garantir que a busca por novas formas de energia, como os agrocombustíveis, tenha como princípios a distribuição de renda e a soberania nacional.
Sinergia CUT presenteA CUT realiza, entre os dias 5 e 8 de agosto, sua 12ª Plenária Estatutária Nacional. O encontro vai reunir representantes de entidades sindicais cutistas de todas as regiões do Brasil para debater e definir estratégias e ações da Central para os próximos meses.
A Plenária acontece em auditórios do hotel Holiday Inn Anhembi, na cidade de São Paulo. No encerramento, dia 8, a CUT vai realizar uma assembléia popular em praça pública na cidade de São Bernardo do Campo, um dos berços do movimento sindical cutista. Essa assembléia irá votar o Plano de Lutas elaborado pela Plenária.
Programação
Dia 04 de agosto de 2008 09h00 – Abertura da 2ª Plenária Nacional das Mulheres da CUT16h00 – Início do credenciamento da 12ª Plenária Nacional da CUT19h00- Encerramento parcial do credenciamento
Dia 05 de agosto de 200809h00 – Reabertura do credenciamento19h00 – Abertura oficial da 12ª Plenária Nacional19h00 – Encerramento parcial do credenciamento
Dia 06 de agosto de 200808h30 – Reabertura do credenciamento09h00 às 10h00 – Mesa 01: Regimento Interno10h00 às 13h00 – Mesa 02: Conjuntura Sindical e Balanço da Gestão12h00 às 13h00 – Credenciamento dos/as suplentes13h00 – encerramento dos trabalhos de credenciamento13h00 às 14h30 – Intervalo para almoço14h30 às 15h30 – Mesa 03: Campanhas da CUT – apresentação do portal do mundo do trabalho, as campanhas do período e o lançamento da revista: Organização Sindical e Relações de Trabalho: A luta dos Trabalhadores na Itália e no Brasil (Parceria CUT e CGIL) e da cartilha ‘Igualdade é o Máximo, Cota é o Mínimo’ (parceria CUT e FES)15h30 às 18h00 – Mesa 04: Conferência: Conjuntura e Cenários: com a presença de Marcio Pochmann, presidente do IPEA18h00 às 19h00 – Mesa 05: 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, com a presença do Ministro Paulo Vanuchi19h30 – Festa de comemoração dos 25 anos da CUT
Dia 07 de agosto de 200809h00 às 11h00 – Mesa 06: Estatuto11h00 às 13h00 – Mesa 07: Estratégia13h00 às 15h00 – Intervalo para almoço15h00 às 18h00 – Mesa 07: Estratégia (continuação)18h30 – In Memoriam à ex-Dirigentes da CUT
Dia 08 de agosto de 200809h00 às 12h00 – Mesa 08: Plano de Lutas12h00 – encerramento dos trabalhos da 12ª Plenária Nacional12h00 às 14h00 – Intervalo para almoço14h00 – saída da caravana para a Assembléia da Classe Trabalhadora, na cidade de São Bernardo do Campo/SP15h00 – concentração no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – Rua João Basso, 231 – Centro, São Bernardo do Campo16h00 – caminhada pela Rua Marechal Deodoro até o Largo da Matriz (centro de São Bernardo do Campo) – local da Assembléia