16 de novembro é Dia do Eletricitário e aniversário de fundação do Sinergia CUT. O momento é para comemorar, mas também para refletir sobre a necessidade de continuar a fortalecer a luta em defesa da manutenção dos direitos e da ampliação de conquistas
“Uma festa de democracia. Foi assim que o ato de fundação do Sinergia Pró-CUT foi visto pelos mais de mil trabalhadores que compareceram à quadra do Sindicato dos Bancários, em São Paulo, no último domingo (16).”
O abre da matéria de cobertura da assembleia daquele 16 de novembro de 1997 traduz o clima de vitória que tomou conta dos trabalhadores no dia histórico para eletricitários e gasistas que ousaram sonhar com a unidade da categoria ao sentir que o sonho virava realidade.
O sonho era pela construção de uma entidade democrática e transparente, que se organiza a partir dos locais de trabalho para a defesa dos direitos da categoria, mas atua também para ampliar a inclusão social e a conquista da cidadania para todos.
E, naquele 16 de novembro de 1997, trabalhadores das ainda estatais CESP, Eletropaulo, Comgás e Furnas, da recém-privatizada CPFL e das então chamadas empresas privadas, além de cooperativas de eletrificação rural, votaram e aprovaram a criação da entidade estadual que nasceu para “organizar, representar sindicalmente e dirigir a luta dos energéticos numa perspectiva classista, sempre em defesa de seus direitos”.
O começo do sonho Mas aquela assembleia histórica foi resultado de muito trabalho dos dirigentes sindicais e de muito debate nos locais de trabalho. O impulso inicial para a construção do Sinergia Pró-CUT foi dado durante o 9° Congresso do Sindicato dos Eletricitários de Campinas, que aconteceu em março de 1997, em Praia Grande.
Ao final do encontro, foi aprovada a Carta de Praia Grande, documento em que os trabalhadores destacaram a importância do Sinergia Pró-CUT, principalmente diante dos desafios impostos pelo projeto de privatização do governo tucano, pela reestruturação das empresas do setor energético e pela necessidade de uma nova proposta de sindicalismo.
“Para enfrentar essa nova realidade é preciso uma nova organização sindical, construída a partir de um amplo debate envolvendo todos os trabalhadores e as entidades representativas do setor energético de SP”, concluia a Carta.
Anos de debate Começava então o debate. Da Baixada Santista a Porto Primavera, de São Paulo a Ilha Solteira, todas as regiões do estado receberam as direções dos sindicatos para discutir junto com os trabalhadores a melhor alternativa de organização da categoria.
Centenas de reuniões e assembleias depois, com ampla participação da categoria, veio a certeza da necessidade de construir o Sinergia Pró-CUT com princípios históricos que depois passaram a fazer parte do estatuto: liberdade e autonomia sindical, transparência, democracia, independência, organização por local de trabalho, eleição direta em todos os níveis e acesso à informação.
O começo da realidade O sonho virou realidade e nasceu a única alternativa de luta e de unidade dos energéticos paulistas. Uma direção colegiada provisória, formada por 113 trabalhadores, tomou posse naquele 16 de novembro. A marca Pró-CUT já sinalizava a filiação à maior central sindical da América Latina, aprovada depois em assembleias e comemorada em 12 de dezembro de 1999.
Na época, a nova entidade estadual representava cerca de 40 mil eletricitários e gasistas em mais de 600 municípios paulistas. Eram trabalhadores na construção, manutenção e operação do sistema elétrico, nos serviços de gás canalizado e também nas hidrovias.
Unindo forças para a luta Na prática, o Sinergia CUT comprova que sindicalismo independente e combatividade exigem legitimidade e representatividade ampliadas. Atualmente, além dos sindicatos fundadores (STIEEC e Sindgasista), conta com o reforço do Sindprudente (filiado ao Sinergia CUT em 2005), do SindLitoral (filiado em 2006), SindBauru (filiado em 2009), Sindluz Araraquara (com o Sinergia CUT desde 2011) e Sindergel Mococa (desde 2012). São sete sindicatos em um.
Além de exemplo nacional de liberdade e autonomia sindical na prática, o Sinergia CUT é também respeitado nacionalmente por suas propostas concretas para garantir energia de qualidade, acessível a toda a população e sob controle social.