Plenária de SP celebra Tereza de Benguela e o Dia da Mulher Negra

Transmissão, pela página da CUT-SP no Facebook, reunirá lideranças mulheres para refletir sobre os desafios da população negra no Brasil

Rafael Silva - CUT São Paulo

Transmissão, pela página da CUT-SP no Facebook, reunirá lideranças mulheres para refletir sobre os desafios da população negra no Brasil

Escrito por: Rafael Silva – CUT São Paulo

Arte: Maria Dias/CUT-SP
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Na semana de celebração ao Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha e de Tereza de Benguela, a Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-SP, em parceria com lideranças de diversos movimentos sociais, partidário e religioso, realiza plenária estadual para discutir os desafios da população negra diante da atual conjuntura brasileira. A atividade ocorrerá na próxima quinta-feira, 23, às 16h, com transmissão pela página do Facebook da CUT-SP.
A Plenária Estadual é parte das ações para o Julho das Pretas, agenda comum de intervenção do movimento de mulheres negras e de entidade que possuem a pauta racial em suas lutas.
Já confirmaram presença na atividade Matilde Ribeiro, ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Governo Lula, Eleonora Menicucci, ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres no governo Lula e Dilma, Anatalina Lourenço, secretária Nacional de Combate ao Racismo da CUT, Graça Xavier, da Coordenação da União Nacional do Movimento de Moradia, Ana Nice, vereadora de São Bernardo do Campo (PT), Juliana Cardoso, vereadora de São Paulo (PT), Janete Pietá, vereadora de Guarulhos (PT), Thainara Faria, vereadora de Araraquara (PT), Maria Palmira, doutora em psicologia social e professora universitária, Débora Pereira, secretária de Mulheres do PT-SP, Elisabete Silveiro, secretária Municipal de Mulheres (PT-SP), Mara Lucia da Silva, socióloga e integrante da Marcha Mundial de Mulheres – MMM, Lúcia Castro, da Rede Sapatà – Mulheres Negras do Interior Paulista e do Coletivo Aso Brados Campinas, Edna Lourenço, do Grupo Força da Raça, e Solange Machado, Yalorixa do Ilé Asé Ara Iná Afinná.
A mediação da atividade será feita pela secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Silva, pela secretária Municipal de Combate ao Racismo do PT São Paulo, Marilândia Frazão, e Sandra Mariano, secretária-adjunta de Combate ao Racismo do PT-SP e presidenta do DZ Vila Mariana PT-SP.
“Há muitos anos, as mulheres negras têm o dia 25 de julho como um dia de luta, resistência e dia para evidenciar a nossa história e reivindicar mais espaço. Mesmo não sendo militante, toda mulher negra já nasce com a necessidade de resistir, de cuidar da família, dos filhos e de seu espaço. E cada espaço desse representa o seu quilombo. Sem falar da resistência contra o machismo, racismo, luta por melhores salários, oportunidades de trabalho e por igualdade”, afirma a dirigente Rosana Silva.
O mundo do trabalho segue sendo um dos espaços que mais escancaram o racismo estrutural no país. Nesta semana, o jornal Folha de S.Paulo divulgou dados da consultoria IDados, que aponta que mulheres brancas têm vantagem salarial de 14% em relação às negras da mesma idade e escolaridade. Isso significa que, em média, mulheres negras e pardas receberam R$ 475 a menos por mês em 2019.
Entre os desempregados, as mulheres negras também são as que mais sofrem: 16,6% delas estão sem trabalho, contra 8,3% dos homens brancos, segundo levantamento da PNAD contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do ano passado. Com a pandemia da Covid-19, os especialistas acreditam que essa desigualdade piorou, apesar dos dados ainda não apresentarem recortes.
Sobre Tereza de Benguela
Tereza de Benguela é um ícone da resistência negra no Brasil Colonial. Nascida no século XVIII, ela chefiou o Quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso.
Comandada por Tereza de Benguela, a comunidade cresceu militar e economicamente, resistindo por quase duas décadas, o que incomodava o governo escravista. Após ataques das autoridades ao local, Benguela foi presa e se suicidou após se recusar a viver sob o regime de escravidão.
Sobre a data
A data foi instituída por meio da Lei nº 12.987/2014, sancionada pela então presidenta Dilma Rousseff, e entrou em vigor no dia 2 de junho de 2014. A inspiração vem do Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, marco internacional da luta e da resistência da mulher negra, criado em 25 de julho de 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana.
Serviço
Plenária Estadual de São Paulo em Celebração à Luta das Mulheres Negras
23 de julho – 16 horas
Transmissão pelo Facebook da CUT-SP
Arte: Maria Dias/CUT-SPArte: Maria Dias/CUT-SP