Pandemia

Ato ecumênico neste domingo homenageia vítimas da omissão de Bolsonaro

Evento virtual em apoio aos bispos da Igreja Católica que publicaram carta com críticas ao governo será transmitido pela TVT, a partir das 11h

Reprodução/CNBB

Bispos criticaram "omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro"

Redação RBA

São Paulo – Artistas e representantes de diversas religiões realizarão ato virtual ecumênico no próximo domingo (9), em defesa da democracia e em homenagem às vítimas do descaso do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia de coronavírus. Marca também o apoio aos 152 bispos da Igreja Católica que publicaram a Carta ao Povo de Deus, que diz que o atual governo se baseia numa “economia que mata”.
A manifestação virtual é uma iniciativa do Projeto Brasil Nação, que reúne intelectuais de diversas áreas. E será transmitido pela TVT, a partir das 11h.
O manifesto do projeto em solidariedade aos bispos já conta com o apoio de milhares de pessoas. Chico Buarque, Caetano Veloso, Raduan Nassar, Wagner Moura e Milton Hatoum, por exemplo, estão entre as personalidades que assinam o documento.
Posteriormente, o cardeal dom Claudio Hummes agradeceu o apoio, “A sociedade civil organizada quando se une tem força. Obrigado. Deus abençoe a todos e todas vocês!”.
Por outro lado, também é uma resposta do chamado dos religiosos à organização da sociedade para enfrentar os desmandos do governo Bolsonaro. Além de sabotar os esforços de prefeitos e governadores em defesa do isolamento social, o presidente segue fazendo a defesa da utilização de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19.
“As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do governo federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro”, diz um trecho da carta dos religiosos.

Vidas despedaçadas

A jornalista Eleonora Lucena, do site Tutaméia, uma das organizadoras do evento, diz que Bolsonaro atua para “naturalizar” a tragédia que se abate sobre o país. Além disso, ela destacou a preocupação do neurocirurgião Miguel Nicolelis com as consequências do uso indiscriminado da hidroxicloroquina. Como, por exemplo, o provável aumento do número de mortes em casa, em decorrência de problemas cardíacos, um dos efeitos colaterais da medicação.
Enquanto isso, Jair Bolsonaro voltou a lavar as mãos diante do avanço da pandemia, em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (6). “A gente lamenta todas as mortes. Já está chegando ao número de 100 mil, talvez hoje. Vamos tocar a vida. Tocar a vida, e buscar uma maneira de se safar”, afirmou.
Segundo Eleonora, é mais uma declaração “abjeta” do presidente, que usa expressão (“se safar”) típica de uma “mentalidade bandida”. “A sociedade não pode aceitar que o presidente da República diga algo que ofenda os brasileiros e ofenda as vidas. Como assim ‘tocar a vida’? A vida está sendo despedaçada por esse governo. É ofensivo. Não se deveria aceitar, de forma alguma, que o presidente se comportasse com tamanha baixeza”, afirmou, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, nesta sexta-feira (7).

Assista à entrevista

Redação: Tiago Pereira – Edição: Helder Lima
Por Redação RBA