São Paulo

Volta às aulas é adiada para 7 de outubro, e Doria anuncia kit de segurança insuficiente

Governador pretende distribuir 12 milhões de máscaras para estudantes e professores na volta às aulas, o que dá menos de uma máscara por pessoa

Secom/GovSP

Doria manteve a proposta de volta às aulas, mas a data foi adiada para 7 de outubro por falta de segurança em relação à pandemia de covid-19

Rodrigo Gomes, da RBA

São Paulo – A volta às aulas em São Paulo está adiada para 7 de outubro. Mesmo com o afrouxamento das regras pelo governo João Doria (PSDB), não houve avanços significativos no controle da pandemia. Com isso, o comitê de saúde do estado avaliou que ainda não há segurança suficiente para que estudantes, professores e outros trabalhadores da educação retomem as atividades escolares. Apesar disso, as escolas de regiões que estão há 28 dias na fase 3-amarela serão autorizadas a abrir e realizar atividades de recuperação, acolhimento, plantão de dúvidas, laboratórios e atividades esportivas. Segundo Doria, essa decisão será da própria escola.
O governador também anunciou a distribuição de kits de saúde para estudantes e professores. O conjunto inclui máscara, sabonete e álcool em gel a 70%, entre outros itens. No entanto, o material contempla apenas uma máscara por pessoa. Desconsidera, portanto, a recomendação de que a proteção facial seja trocada a cada duas horas e seja lavada após cada uso. Além disso, o governador informou que serão distribuídas 12 milhões de máscaras. Segundo a secretaria estadual, a educação envolve 13,3 milhões de pessoas em São Paulo.
O governo Doria também pretende distribuir 300 mil protetores faciais de acrílico (face shield), 10.168 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel e 100 milhões de unidades de papel toalha.
Embora opcional, a liberação das escolas para atividades de reforço e recuperação atendem ao interesse das instituições privadas, que poderão iniciar um programa de retomada das atividades presenciais, melhorando suas receitas. O setor é o que mais pressiona pela volta às aulas e reivindicava retornar mesmo que a rede pública não o fizesse.

Fazendo pressão

O secretário da Educação, Rossieli Soares, confirmou que será responsabilidade dos pais a opção de não enviar seus filhos às escolas enquanto durar a pandemia. “Eles terão que se comprometer com a continuidade do ensino remoto e a educação de seus filhos”, afirmou, em entrevista coletiva. Ontem (6), o Jornal Hoje, da TV Globo, revelou documento da educação estadual que pede o consentimento dos pais para a volta às aulas. Além disso, passa para eles a responsabilidade em caso de o estudante ser contaminado pelo coronavírus.
As regras para a volta às aulas – agora adiada – foram mudadas há duas semanas, em uma tentativa de manter a retomada em 8 de setembro. Antes seria preciso que todo o estado permanecesse, ao menos, 28 dias na fase 3-amarela do Plano São Paulo, que coordena a reabertura, para que a volta ocorresse. Agora, se 80% da população se mantiver nessa fase por 28 dias e o restante do estado por duas semanas, o retorno será autorizado. As regras valem para escolas municipais, estaduais e privadas.
As demais regras estão mantidas. A volta às aulas será feita em três fases. Na primeira etapa, até 35% dos estudantes poderão voltar às escolas, com preservação de um 1,5 metro de distância entre eles, tanto na sala de aula e no transporte escolar como no refeitório e atividades coletivas. Na segunda etapa, concomitante ao avanço das regiões para a fase 4-verde do Plano São Paulo por 14 dias, voltam até 70% dos estudantes, com os mesmos protocolos. Se o controle da pandemia se mantiver na fase 4-verde por mais 14 dias, poderão voltar 100% dos estudantes.

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Por Rodrigo Gomes, da RBA e Edição: Fábio M. Michel