Nota

Nota de repúdio sobre prática antissindical da Elektro

Sindicato repudia veementemente o tratamento dado a um de seus diretores. E reitera que luta incansavelmente para dar fim às práticas antissindicais e que tomará as providências cabíveis

Direção do Sinergia CUT

A Direção do Sinergia CUT expressa seu profundo repúdio à represália sofrida pelo diretor sindical Mario Macedo Netto por parte da Elektro, por fazer a defesa intransigente do cumprimento dos protocolos de prevenção ao Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19, exercendo, assim, o seu direito de questionar o exercício de sua atividade no Call Center ao perceber risco à saúde ou de contágio dele e dos demais trabalhadores. Em meio a uma pandemia, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que já levou mais de 100 mil pessoas à morte no Brasil e que já contamina um número imensurável de pessoas no mundo, a empresa faz uso de perseguição e prática antissindical ao invés de buscar a manutenção de um ambiente laboral seguro.
Por lutar pelo cumprimento dos protocolos de combate à Covid, a punição a Mario Netto veio em 28 de julho passado. A empresa aplicou uma advertência por escrito por insubordinação porque ele se recusou a retornar de imediato ao posto de trabalho, no dia 10 de julho, após receber a ordem por parte da gestora, que também é presidenta da Comissão Interna de Prevenção de Acidente (Cipa). Mas, após ter todos os seus questionamentos respondidos por representantes da empresa, voltou ao seu posto de trabalho e cumpriu sua jornada até o final do horário.
Vamos ao fato! Nesse dia, Mario Netto estava em atendimento quando se deparou com quatro pessoas sem máscara, sendo três delas muito próximas de seu posto e uma afastada, porém no mesmo andar. Elas só usavam o acessório quando se levantavam de suas mesas. Então, comunicou o fato à gestora e também presidenta da Cipa, ao seu supervisor direto e ao Relações Trabalhistas e ainda abriu observação de segurança no sistema da empresa e colocou uma pausa no sistema que indicava sua ida ao ambulatório (“pausa ambulatório”).
No ambulatório, Mario Netto questionou a posição da Área de Saúde sobre a segurança dele e dos demais em permanecer no local fechado, sem ventilação, com quatro pessoas sem máscaras. Solicitou ainda a interdição do andar para desinfecção, como procedimento sanitário. Assim todos poderiam retornar seguros e fazendo uso do acessório. A Área de Saúde pediu um tempo para se posicionar. Ao aguardar no hall do prédio, por cerca de uma hora, deu ciência a esta entidade sindical sobre o ocorrido.
Em seguida, a presidenta da Cipa cobrou o seu retorno imediato ao atendimento. Mario Netto explicou que aguardava a orientação da Área de Saúde e que esperava apoio por parte de alguém da Cipa. Menos de 10 minutos depois, a enfermeira informou que a Área de Saúde iria reforçar os procedimentos e garantiu que não havia mais ninguém sem máscara, porém optou por se abster do pedido de interdição, deixando a decisão para a “gestão”. O trabalhador, então, retornou ao seu posto de trabalho e cumpriu sua jornada até o final do horário.
Essa atitude de Mario Netto foi caracterizada como insubordinação por parte da empresa. Por isso, durante a aplicação da advertência, o dirigente se recusou a assiná-la e a empresa chamou uma testemunha que assinou em seu lugar. Mario Netto pediu que fosse feita uma ressalva no documento de que discordava do conteúdo. Estavam presentes no momento da assinatura a gestora e também presidenta da Cipa e o Relações Trabalhistas da empresa, que chegou a manifestar que havia orientação para o uso de máscaras, que elas haviam sido fornecidas e que ao não uso delas “cabe medidas mais drásticas”.
O Sindicato ressalta que as autoridades de saúde são unânimes em afirmar que o uso de máscaras faciais e da maneira correta é um dos meios mais eficazes de combater a Covid-19. Apesar de oferecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a empresa negligencia por não fiscalizar quanto ao uso do equipamento por parte dos trabalhadores.
Por isso, além da distribuição de EPIs, o Sinergia CUT reforça que existe a necessidade de a empresa não compactuar com atitudes de desrespeito às leis e a seus próprios protocolos internos. Ainda repudia veementemente a represália ao diretor sindical, o trabalhador Mario Netto. Lembra que em momento de grave combate à pandemia instalada, é preciso seguir com rigor as orientações técnicas voltadas à preservação da saúde de todos, exigindo o uso correto da máscara para que seja incorporada à rotina das trabalhadoras e trabalhadores.
Diante disso, o Sinergia CUT informa que tomará as providências cabíveis. Repudia veementemente o tratamento dado ao diretor sindical. E reitera que luta incansavelmente para dar fim às práticas antissindicais.

Direção do Sinergia CUT