Covid: Taxa de transmissão cai pela primeira vez, mas número de vítimas ainda é alto

O Brasil, que deve chegar a 4 milhões de casos nessa semana, acumula 122.596 vítimas da doença e 3.950.931 casos confirmados

Walber Pinto, da CUT Brasil

O Brasil, que deve chegar a 4 milhões de casos nessa semana, acumula 122.596 vítimas da doença e 3.950.931 casos confirmados

Josh Ederson / AFP
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Apesar de a taxa de transmissão da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, ter caído pela primeira para 0,94, número mais baixo desde abril, o Brasil ainda registra alto índice de mortes e se aproxima de 4 milhões de pessoas infectadas pela doença. A queda na taxa foi divulgada pelo Imperial College de Londres, nesta terça-feira (1º).
Em 24 horas, foram registradas 1.215 novas mortes, totalizando 122.596 vidas perdidas para a Covid-19 desde o início da pandemia, em março. Entre segunda-feira (31) e terça-feira (1º), 42.659 novos diagnósticos da doença foram confirmados, totalizando 3.950.931.
De acordo com o Ministério da Saúde, 80% das pessoas que contraíram o vírus já se recuperaram, o que corresponde a 3.159.096 pessoas. O que os técnicos do Ministério não dizem é que as consequências da doença, mesmo para quem pegou a forma leve do vírus, duram pelo menos dois meses.
Dados preliminares de um estudo em andamento na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), feito com 80 pessoas que já tiveram a doença – das quais apenas três precisaram de internação – mostra que cerca de 30% dos recuperados da Covid-19 ainda afirmam sentir fadiga e dor de cabeça frequente por um período que pode passar de dois meses após o diagnóstico da doença, revela reportagem da Folha de S.Paulo.
Desses ex-pacientes, aproximadamente 20% relata alteração da memória e sonolência. Somente 25% dos participantes dizem estar com a saúde como era antes da infecção.
Média móvel de mortes
A média móvel de mortes está em 859 óbitos nos últimos sete dias, uma queda de 13% em relação à média de 14 dias atrás. A média diária de novos casos é de 39.802 nos últimos sete dias, queda de 4% em relação à média de 14 dias atrás.
Mesmo com a redução na taxa de transmissão e na média móvel de óbitos, ainda são muitas vítimas para as secretarias estaduais contabilizarem todos os dias. Nas secretarias estaduais de Saúde, poucos veem a aparente redução da epidemia como uma vitória da resposta brasileira à doença.
São Paulo, Bahia e Rio seguem como os mais afetados 
São Paulo é o estado mais afetado pela pandemia no Brasil, contabiliza 814.375 casos de Covid-19 e 30.375 mortes. A Bahia é o segundo estado com mais casos da doença, registra 259.418 confirmações e 5.448 óbitos. Em terceiro, o Rio de Janeiro soma 226.800 casos e 16.217 mortes.
Rio Grade do Sul retoma atividades econômicas
Em Porto Alegre, o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) promoveu mais uma rodada de flexibilização de restrições ao comércio, restaurantes e shopping centers, autorizando a abertura aos sábados. Até então, esses estabelecimentos só podiam funcionar durante a semana.
A medida do prefeito ocorre no mesmo dia em que a cidade registrou recorde na ocupação de leitos de UTI por pacientes que testaram positivo para Covid-19, com 344 internados simultaneamente, além de outros 29 considerados como suspeitos, às 20h desta terça. Ao longo dia, o painel de monitoramento chegou a registrar 345 pacientes em UTIs.
O novo decreto permite que estabelecimentos, inclusive em centros comerciais, funcionem de segunda-feira a sábado, das 9h às 17h. Já os shoppings poderão abrir de segunda a sábado, das 12h às 20h. Os restaurantes, tanto de rua quanto de shoppings, bares, padarias, lancherias e similares poderão atender ao público das 11h às 22h, também de segunda a sábado.
Alta, baixa e estabilidade
Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Maranhão e Piauí aparecem com estabilidade, porque não registraram uma variação maior de 15% na média móvel para mais ou para menos.
Já Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, Distrito Federal, Acre, Amazonas, Roraima, Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Distrito Federal e Sergipe estão com redução na média diária de mortes.
Apenas Amapá, Rondônia e Tocantins seguem com números de mortes em alta.
Em Salvador, desportistas já podem acessar clubes sociais
Com leve queda no número de infectados pelo novo coronavírus nos últimos dias, a capital baiana avança na flexibilização de atividades. A prefeitura liberou o acesso aos clubes sociais para prática de esportes. A medida faz parte da terceira fase de retomada das atividades onde os clubes terão capacidade limitada de 300 pessoas, aulas com tempo de duração máximo de 50 minutos, a piscina estará liberada apenas para treinamento em natação, dentre outras medidas especificas. Espaços como teatro, cinema, centro de convenções, casa de show e similares, seguem fechados.
A Federação Baiana de Futebol anunciou calendário para as disputas do campeonato da série de B. Os jogos começam no mês de outubro e devem seguir as medidas de controle para prevenção da Covid-19 adotadas pela Confederação Brasileira de Futebol.
A Bahia tem 259.418 casos do novo coronavírus e 5.449 óbitos pela doença.
Com informações de Agência e da CUT-BA