CS 2020 Furnas/Eletrobras: Por um ACT justo!

CNE repudia proposta da empresa que destrói o ACT e sugere prorrogação por mais 30 dias

Débora Piloni, com informações do CNE

CNE repudia proposta da empresa que destrói o ACT e sugere prorrogação por mais 30 dias
Com data-base em maio e, com a Campanha Salarial 2020 se arrastando desde março passado, na sexta rodada de negociação ocorrida no último dia 16 de setembro, a Eletrobras deixou às claras que o seu o objetivo é, de fato, devastar aquilo que os trabalhadores construíram e conquistaram com muita luta e mobilização ao longo de anos: o Acordo Coletivo de Trabalho.
PROPOSTA: REAJUSTE ZERO
Entre os vários absurdos, a empresa propôs acabar com vários benefícios, dentre eles o Auxílio Alimentação/Refeição. Retira o tíquete das férias e a cartela extra de final de ano. Mais: reajuste zero para a correção de todos os benefícios que são reajustados com a correção da inflação do período. O reajuste salarial é ZERO!
Não satisfeita, a empresa afronta os contratos de trabalho com a suspensão do SAN até maio de 2022; retira do ACT a cláusula referente às Normas e Regulamentos de RH, de forma que permite alterar as regras que norteiam os planos de saúde e, assim, implementar a coparticipação do trabalhador em 50%.
Isso mesmo! Pela proposta, nada de reajuste salarial e o trabalhador terá que custear em 50% o plano de saúde! Ainda não acabou! Tem a Rotatividade (demissão) de pessoal: 1,5% a partir de outubro de 2020 e 1,5% a partir de maio de 2021.
REAÇÃO
O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) repudiou a investida maquiavélica da Eletrobras de tentar acabar com benefícios e direitos atrelados ao contrato de trabalho deixando claro, mais uma vez, que não levará a proposta indecorosa à apreciação da categoria. Para que isso aconteça se faz necessário que a Holding respeite as conquistas da categoria e modifique a proposta.
Para a sétima rodada, o CNE solicitará a prorrogação do ACT por mais 30 dias, para que haja tempo de se chegar a uma proposta que contemple os anseios da categoria.
Na tentativa de buscar uma solução e mais conhecimento quanto ao que quer a Eletrobras com a questão CGPAR, o Coletivo solicitou que a empresa realize um minucioso levantamento dos estudos do plano de saúde Eletrobras e das suas subsidiárias, bem como os estudos já formatados com os números finais a serem implementados com a nova metodologia CGPAR. Assim, com tais subsídios será possível fazer um Raio X da situação dos planos de cada empresa, que precedem qualquer tentativa brusca de alterá-los.
O CNE, em demonstração de boa vontade, propôs a criação de uma comissão dos representantes dos trabalhadores, nos moldes que foi feito à época da criação do PCR, para se reunir com a Eletrobras e ter maior conhecimento dos planos.
A SAÍDA DA CRISE É COLETIVA
O CNE quer de fato concluir o ACT na mesa de negociação, porém, não aceitará o massacre que a holding quer implantar por dentro do ACT, atingindo os trabalhadores e, muito menos, a política reacionária de demissão de trabalhadores, que aliás, vêm mantendo o sistema elétrico, funcionando 100% em plena pandemia da Covid-19, com 70% da categoria trabalhando em home office.
“Vale ressaltar que estamos negociando dentro de um cenário, no qual os trabalhadores contribuíram para que o Sistema Eletrobras alcançasse em 2018 e 2019 mais de R$ 20 bilhões de lucro e, já no primeiro semestre de 2020, lucro de R$ 4,56 bilhões. O mínimo que se espera é que sejam tratados com respeito e que tenham um Acordo Coletivo justo e decente!”, concluem os negociadores sindicais do CNE.