Trabalhadores fazem vigília na Alesp em protesto ao PL 529

Projeto do governador João Doria (PSDB) pretende extinguir ou privatizar órgãos públicos essenciais para o estado de São Paulo

ELINEUDO MEIRA / @FOTOGRAFIA.75

Redação CUT-SP

Escrito por: Redação CUT-SP

Na tarde de terça-feira, 29, trabalhadores do serviço público protestaram em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na região dos Jardins. Vindos de diferentes partes do Estado, os participantes fizeram vigília contra a ameaça de votação do PL 529, apresentado pelo governador João Doria (PSDB) e que tramita em regime de urgência na Casa.
O projeto de lei, se aprovado, representa um novo ataque aos serviços públicos essenciais à população, pois prevê a extinção de dez fundações, institutos e autarquias.
Os manifestantes em frente à Alesp eram formados por diferentes categorias do funcionalismo que se uniram para esse enfrentamento. Com um caminhão de som, deputados estaduais e lideranças de sindicatos e centrais, como a CUT-SP, se revezaram nos discursos.
Fotos: Elineudo Meira / @fotografia.75

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Presidente da CUT-SP, Douglas Izzo afirmou ser necessário manter a mobilização para garantir que o projeto não avance. “Se o Doria achou que ele iria privatizar ou entregar essas dez empresas sem enfrentar uma luta, está aqui a prova de que os trabalhadores e as trabalhadoras estão preocupados com a política da saúde, da moradia, com os investimentos em ciência e meio ambiente. Temos de manter essa pressão aqui na Assembleia Legislativa para impedir o entreguismo desse governo”.
Deputada estadual e presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, a Professora Bebel, ressaltou que o projeto e irá contribuir com o aumento do desemprego. “Não vamos aceitar que Doria destrua o patrimônio do povo de São Paulo. O PL significa mais desemprego, menos pesquisa, menos remédio gratuito para todos e todas e saúde mais cara para os servidores. Por isso estamos na luta para que isso não siga adiante”, disse.
Com uma manobra para acelerar a aprovação, a bancada da base do governador decidiu no fim da tarde de segunda (28) votar ainda esta semana o PL 529 (leia mais).
Entre as empresas públicas que serão atingidas com o PL, estão a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU), a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), Fundação para o Remédio Popular (Furp) e a Fundação Oncocentro (Fosp).
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Site Na Pressão
Desde que foi lançada, em 17 de setembro, a campanha contra o PL 529 pelo site “Na Pressão” tem registrado mudanças no posicionamento de deputados e deputadas estaduais. Por meio de mensagens via Whatsapp, e-mails e até mesmo em vídeo, os parlamentares estão respondendo os trabalhadores comprometendo-se a votarem contra o projeto de lei.
Apesar das mudanças, o número de parlamentares contrários a medida ainda não é o suficiente para barrar a proposta na Alesp, por isso é preciso intensificar a pressão nas redes sociais (Acesse o site aqui).
As bancadas do PT, PSOL e PCdoB já estão fechadas contra a proposta. Deputados de outros partidos têm respondido as mensagens afirmando o voto contrário, como é o caso de Gil Diniz, conhecido nas redes como Carteiro Reaça, que encaminhou um vídeo apresentando seu posicionamento contrário, enquanto que a deputada Edna Macedo fez a manifestação por e-mail. Campos Machado, Rodrigo Gambale, Danilo Balas, Sargento Neri e Roberto Egler responderam pelo próprio Whatsapp.
A CUT-SP seguirá monitorando as manifestações dos parlamentares e os cobrará caso o projeto chegue ao plenário.
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