Sozinho, estado de São Paulo já tem mais mortes por covid-19 que toda a Itália

Mesmo com a tragédia sanitária trazida pela pandemia, governo João Doria corta verbas para a Saúde na proposta de orçamento para 2021

GOVESP – FOTOS PÚBLICAS

Fabio M Michel - Rede Brasil Atual

Escrito por: Fabio M Michel – Rede Brasil Atual

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 Estado em primeiro lugar nos rankings de contaminação e mortes por covid-19, São Paulo somou, neste sábado (3) e 36.136 óbitos. Os dados foram fornecidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Com isso, passa a Itália – onde os números de vítimas e as cenas da quarentena causaram grande comoção entre os paulistas no início da pandemia. O país europeu registra 35.968 mortos pela infecção, segundo a Universidade Johns Hopkins, referência mundial em informações sobre o novo coronavírus.
Em número de mortos, São Paulo sozinho também ultrapassou países como a França (32.171), a Espanha (32.086), o Peru (32.609) e a Colômbia (26.556).
O segundo estado brasileiro em óbitos causados por covid-19, o Rio de Janeiro, tem cerca de metade das mortes em relação ao vizinho: 18.479, também segundo o Conass. Em número de casos, São Paulo acumula 1.003.429 pessoas infectadas, três vezes mais que a Bahia, o segundo neste ranking, com 314.711 doentes (e 6.890 mortes).

E Doria corta verbas

O estado governado por João Doria (PSDB ) é onde foi registrado o primeiro caso de covid-19 no Brasil, em fevereiro. Além disso sempre esteve muito à frente dos demais em todos os números da tragédia sanitária causada pelo coronavírus. Apesar disso, a proposta orçamentária da gestão Doria, publicada no Diário Oficial da última sexta (2), prevê corte de mais de R$ 820 milhões da Secretaria da Saúde para 2021.
O orçamento de 2020, apresentado ainda antes da pandemia, previu R$ 24,5 bilhões para o setor. Porém, e apesar da tragédia sanitária no estado – que também sofre com doenças como a dengue e o sarampo –, Doria anuncia que a pasta terá R$ 23,7 bilhões em recursos para o ano que vem.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o governador justifica o corte alegando que, em razão da covid-19, o estado já aplicou cerca de R$ 3 bilhões em compras de itens que não precisarão mais ser adquiridos em 2021, como respiradores e equipamentos de proteção individual. Isso explicaria o corte na previsão orçamentária.
“O governo de São Paulo não está passando uma tesoura normal na Saúde. É uma tesoura de poda, daquelas bem grandes”, disse o deputado estadual Paulo Fiorilo (PT), em declaração ao jornal, anunciando que vai se opor ao corte proposto, quando a Assembleia Legislativa paulista votar a proposta do governo, em dezembro.
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