Ação

Alto preço do gás de cozinha faz população usar fogão à lenha no interior da Bahia

A ação faz parte da Campanha “A Petrobras Fica na Bahia”, que integram um grande movimento nacional entre os diversos sindicatos representativos dos trabalhadores petroleiros na defesa da Petrobras

Reprodução

Sindipetro Bahia

“O que a gente ganha não dá nem para se alimentar, imagine para comprar o gás a R$ 80,00, chegando, muitas vezes, a R$ 85,00?”, lamenta Loreci Gonçalvez, moradora da cidade de Feira de Santana, ao justificar a opção perigosa do fogão a lenha no lugar do botijão de gás.

O drama de Loreci é o mesmo de milhares de famílias, a maioria sobrevivendo com um salário mínimo, que não consegue sequer adquirir o botijão de 13 quilos do gás para cozinhar.
Em 2017, um ano depois do golpe, o Portal CUT fez matéria mostrando que, em Recife, havia aumentado em 62% as ocorrências de pessoas queimadas por causa do iuso de gás clandestino, alcool ou etanol. Todas eram pobres e não podiam comprar um botijão de gás.
Acidentes aumentam após população abandonar gás de cozinha
Em 2019, trabalhadores contaram ao Portal CUT, estratégias que estavam usando para conseguir comprar o botijãom de gás porque o preço continuava subindo, mas os salários não. 
Trabalhadores têm de economizar muito para bancar o alto preço do botijão de gás
Foi tudo isso que constataram dirigentes do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), ao percorrer diversas cidades do interior baiano desde o dia 29 de setembro, com a ação “Gás a Preço Justo”, que faz parte da campanha nacional dos petroleiros “A Petrobras Fica na Bahia”. Muito não têm nem o que comer, dizem os sindicalistas que lutam em defesa da Petrobras como empresa pública, integrada e a serviço do povo brasileiro.
Já foram contemplados pela campanha moradores das cidades de Alagoinhas, Entre Rios, Dias D´Ávila, Mata de São João, Simões Filho, Candeias, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Feira de Santana, Ipirá e Itabuna. Em cada um desses municípios, o botijão de gás foi vendido para famílias carentes por R$ 40,00. O restante do valor foi subsidiado pelo Sindipetro-BA.
O diretor de Comunicação do Sindipetro-BA e vice-presidente da CUT Bahia, Leonardo Urpia, que, juntamente com os também diretores do sindicato, João Marcos e Climério Reis (Mero), está à frente da ação do “Gás a Preço Justo”, diz que há uma boa receptividade da população, que se mostra interessada em saber mais sobre o processo de venda do gás de cozinha e porque ele está tão caro.
“Estamos conseguindo atingir o nosso objetivo que é o de chamar a atenção da sociedade para a importância da Petrobrás. Em cada lugar que chegamos explicamos o motivo do alto preço do gás de cozinha e de outros derivados do petróleo, que é a mudança da política de gestão da Petrobrás, feita pelo governo Bolsonaro, que passou a acompanhar o preço internacional do barril do petróleo e a variação do dólar”.

Eliomar, da cidade de Simões Filho, entendeu o recado e se mostrou revoltado. “Como é que a Petrobrás produz aqui, com matéria prima do Brasil, e a gente paga preço de dólar”?, indagou.
Para Maria, de Feira de Santana, “o governo de Bolsonaro tem de parar e refletir porque a nossa nação tem muita gente humilde que não tem condições de comprar o gás a esse preço. Eu conheço pessoas que estão procurando lenha para cozinhar”.
Em São Sebastião do Passé, Antônio Almeida revelou que às vezes precisa comprar gás fiado e o preço sobe para R$ 90,00”. Para Hilda Maria, também moradora dessa cidade, “a vida está muito difícil e o governo tem de ver isso, tem de baixar o preço do gás”.
A ação do “Gás a Preço Justo” segue até o final do mês de outubro, mostrando que é possível vender o gás de cozinha com valores mais baixos, levando-se em consideração o custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobrás e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios.

Veja as cidades onde a ação da venda de gás de cozinha a preço justo vai passar:

16/10 (sexta-feira) – Itapetinga
17/10 (sábado)- Canavieiras
18/10 (domingo) – Jequié
20/10 (terça-feira)- Olindina
21/10 (quarta-feira) – Madre de Deus
22/10 (quinta-feira) – Santo Amaro
Escrito por: Sindipetro Bahia e Edição: Marize Muniz