Pandemia não está no ‘finzinho’, como disse Bolsonaro, está em alta em todo país

No dia em que o presidente disse que pandemia está acabando, Brasil registra 770 mil mortes e mais de 53 mil novos casos de Covid-19. Média móvel de mortes aumentou 35% em relação a de 14 dias atrás

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Escrito por: Redação CUT 

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) mente dizendo que a pandemia está no fim, viaja pelo país inaugurando pontes e pequenos trechos de estrada, sem apresentar um plano viável de imunização contra a Covid-19, o Brasil segue registrando alta no número de mortes e casos da doença provocada pelo novo coronavírus.

Neste quinta-feira (10), dia em que o Brasil registrou 770 mortes e 53.374 casos confirmados de Covid-19 em 24 horas, o que mostra que a curva epidemiológia voltou aos altos patamares de 3 de outubro, Bolsonaro disse durante evento de lançamento do eixo principal da Nova Ponte do Guaíba, em Porto Alegre (RS), que “ainda estamos vivendo um finzinho de pandemia”.

É a segunda vez que ele prevê o fim da pandemia e a milionésima que desrespeita a dor dos que perderam parentes e amigos, zomba dos brasileiros que chama de “maricas” por terem medo de se contaminar, nega a maior crise sanitária do século e investe em tratamentos cuja eficácia não foi comprovada pela ciência. Até agora, o Brasil é um dos poucos países do mundo que não têm plano de vacinação, não comprou vacinas nem insumos como seringas para aplicação, não tem ministro que entenda da area da saúde, tem a frente da pasta um general – Eduardo Pazuello – especialista em logística, dizem.

Números da Covid no Brasil 

Enquanto isso, no mundo real, o Brasil chegou a 179.801 óbitos por Covid-19 desde o começo da pandemia – elevação de +35% na média móvel de mortes em relação a media de 14 dias atrás. A média móvel de mortes nos últimos 7 dias foi de 642.

Em relação ao total de casos confirmados, desde o começo da pandemia o país registrou 6.783.543 pessoas contaminadas com o novo coronavírus. Nesta quinta, a média móvel de novos diagnósticos variou +34% em relação aos casos registrados em duas semanas – a a média foi de 42.290 novos diagnósticos por dia nos últimos sete dias.

Situação nos estados

Vinte e um estados e o Distrito Federal apresentaram alta na média móvel de mortes: PR, RS, SC, ES, MG, RJ, SP, DF, GO, MS, MT, AC, RO, RR, TO, BA, CE, PB, PE, PI, RN e SE.

Segundo o consórcio de imprensa, é o segundo dia seguido em que tantos estados aparecem simultaneamente com tendência de alta nas mortes pela doença desde que os veículos de imprensa começaram a acompanhar essas tendências, em 9 de julho. Antes disso, o máximo de estados em alta ao mesmo tempo havia sido de 18.

Três estados estão na chamada estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente: AP, PA e AL

Em dois estados, os registros de mortes registraram queda nesta quinta: AM e MA

Rio de Janeiro

Segundo estado mais afetado pela pandemia, depois de São Paulo, no Rio de Janeiro os pacientes sofrem com a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Quase todos os leitos destinados a pacientes com Covid-19 estão ocupados. Na rede pública, o percentual d eocupação é de mais de 90% e 250 pessoas com manifestações graves da doença aguardam vaga.

Nesta quinta-feira (10), o estado registrou mais 116 mortes e 3.560 casos confirmados da Covid-19, segundo balanço divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde. Foi o terceiro dia seguido com mais de 100 mortes e 3 mil casos da doença a cada 24 horas.

Desde início da pandemia, o Rio de Janeiro já registrou 23.546 óbitos e 381.644 casos da Covid-19.

São Paulo

Estado mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, São Paulo tem  1.316.371 casos e 43.661mortes, desde o início da pandemia e, desde novembro, os números voltaram a crescer diariamente.

Ccinco cidades da região metropolitana de São Paulo registram taxas maiores que 80% na ocupação de UTIs exclusivas para pacientes de Covid-19 e já tem hospitais com falta de leitos. Nesta quarta-feira (9), a Santa Casa de Misericórdia, na região central, anunciou 100% da ocupação dos leitos de UTI.

O governo de São Paulo disse nesta quinta-feira (10) que a chance de contágio por Covid-19 está maior em dezembro do que no primeiro pico da pandemia, em julho.

José Medina, coordenador do centro de contingência da Covid-19 no estado disse que a média de novos casos da doença cresceu de 20 para 40 mil casos entre novembro e dezembro no Brasil. De acordo com ele, levou três meses para acontecer o mesmo aumento no primeiro pico da pandemia.

Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul, onde 99,6% dos leitos de UTI estão ocupadois, alcançou nesta quinta-feira (10) a marca de 7.452 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia – 65 delas foram registradas entre 14 de novembro e 10 de deazembro -, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.

Em relação ao total de pessoas infectadas, o estado registrou 4.643 novos infectados, o que eleva para 363.979 casos confirmados de coronavírus desde o começo da pandemia.

Santa Catarina

Santa Catarina é outro estado da Região Sul que vem liderando o ranking de mortes e novos casos de Covid-19. Ontem, o estado ultrapassou a marca de 416.752 casos de pessoas contaminadas e 4.224 vidas perdida. Em 24 horas foram registrados 5.121 novos casos e 41 mortes.

A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública recusou de 93,47% para 88,79%, uma das mais altas do país.

Dos 1.454 leitos de UTI disponíveis na rede pública catarinense, 1.291 estão ocupados, sendo 650 deles por pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. No site do governo do estado, é possível verificar a taxa de ocupação desses leitos em cada hospital.balanço covid-1911 de dezembrobolsonaro