CS 2020: Não às demissões da Cesp

Aqui, a CS 2020 está em dissídio, principalmente por conta da Política de Emprego. Empresa age de má fé e inicia demissões. Trabalhadores protestam e Sindicato busca reverter desligamentos na Justiça

Débora Piloni

“Fale macio e use um porrete”, dizia o presidente norte-americano Theodore Roosevelt. E parece que essa frase está sendo aplicada mesmo pela Votorantim Energia, controladora da Cesp. Em plena pandemia e faltando poucos dias para o Natal, a empresa parece perder o senso de  humanidade. Na segunda-feira (14), de uma forma fria e, para o Sindicato, arbitrária, demitiu cerca de 20 trabalhadores da Usina de Porto Primavera. E não se sabe até que ponto e até quando a empresa pretende usar esse “porrete”.

Por isso mesmo, nesta terça (15), dirigentes Sinergia CUT e trabalhadores realizam protesto contra os desligamentos. E mais: o Sindicato já está tomando as providências jurídicas necessárias para reverter as demissões e também está dando apoio jurídico aos trabalhadores envolvidos.  

POLÊMICA

Apesar de o ano estar chegando ao fim, a Campanha Salarial 2020 na Cesp não terminou. Está em dissídio coletivo, pois, durante as negociações, a empresa insistiu em uma proposta que não estendia a Política de Emprego e as reuniões foram encerradas sem consenso.

A polêmica toda foi criada porque, no atual Acordo, a validade da cláusula de Política de Emprego é até meados de dezembro de 2020 e, no entendimento do Sindicato, continua válida até que se feche o novo Acordo, o que não aconteceu ainda. Mas a Cesp não concorda com essa posição e, por isso, se acha no direito de demitir.

CESP DESUMANA E INSENSÍVEL

Sendo assim, na última sexta-feira, a empresa convocou os trabalhadores de Porto Primavera que estavam em home office para se deslocarem até a Usina na segunda-feira. Disponibilizou o ônibus que passou pelos pontos demarcados pegando a todos.

Ao chegarem lá, foram levados para uma sala isolada em que ficaram acuados, e onde cerca de 20% do pessoal foi chamado, um a um, para receber sua carta de demissão.

O Sindicato discorda desse processo em todos os aspectos: na legalidade, no período em que ocorre e na forma como foi feito.

“É arbitrário! Estamos em dissídio coletivo, ou seja, pelo nosso entendimento, o ACT continua valendo e a empresa não pode demitir. E mais: estamos perto do Natal e em plena pandemia, crise econômica e com desemprego batendo recordes. É desumano demais agir assim”, afirma a direção do Sinergia CUT.

Contra os desmandos da Cesp, continuamos juntos!

Porque se a crise é coletiva, o Sindicato é seu parceiro nessa luta!

Por Débora Piloni