Assembleia virtual

PLR Tietê Brasil: assembleia virtual para decisão dos trabalhadores acontece a partir desta sexta (8)

Em respeito ao isolamento social ainda decorrente da pandemia, votação acontece de 8 a 14 de janeiro aqui no site do Sinergia CUT. Pela proposta negociada, valor do benefício de 2020 pode chegar a quase R$ 15.400

Lílian Parise

Todos os trabalhadores da Tietê Brasil na base do Sinergia Campinas, do Sinergia Mococa e do Sindluz Bauru participam de votação virtual este mês para decidir sobre a proposta de pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) 2020, negociada entre dirigentes dos sindicatos e representantes da empresa em reunião virtual realizada no dia 30 de novembro do ano passado. A votação online acontece às 9h do dia 8 até as 16h do dia 14 de janeiro, através do site do Sinergia CUT (sinergiaspcut.com.br). Em breve, o link para votação será disponibilizado.

Apesar de o objetivo da reunião ter sido o de consolidar as metas de 2020 e discutir os valores do benefício, garantias da cláusula 13ª do atual ACT (Acordo Coletivo de Trabalho), os sindicatos aproveitaram a oportunidade para reafirmar as reivindicações que permeiam as discussões da PLR há alguns anos. Vale ressaltar que o pagamento da PLR na AES Tietê foi alterado em 2018, trazendo mais contrapartidas e um modelo mais factível aos trabalhadores.

Mais avanços

“Mas ainda buscamos avanços, como a necessidade de garantir um percentual mínimo na PLR Individual, que é de 0,2 dos salários para quem necessita melhorias, e aumentar o valor mínimo pago aos assistentes, que passaram de 0,8 salário para um salário em 2018, e agora a empresa concordou em aumentar para 1,2 salário, percentuais que correspondem ao estepe de avaliação Atende”, explicam os dirigentes sindicais.

Para eles, outro ponto de avanço é o chamado up side atrelado ao resultado de serviços, o que significa um plus de 20% do valor base da PLR Coletiva. “Até a PLR 2019, a meta referente ao resultado de serviços [up side] era binário, ou seja, deveria ser cumprida no seu teto máximo, que era de 20%, sem pagamento proporcional, além de ser um percentual muito alto para os dias atuais, pois a diferença de um ano para outro deveria alcançar 20%, inatingível diante de uma inflação de 3% ou 5%”, destacam.

Agora, pela proposta negociada, os sindicatos conseguiram avançar para pagamento proporcional, iniciando com uma diferença de 6%.  “Só para dar exemplos: se o valor do ano corrente for 5% maior do que o ano anterior o pagamento do up side é zero; de 6% a 10%, divide-se por dois [se for 8% paga-se 4%] e se a diferença for igual ou maior que 11%, multiplica-se por dois, com limite de 20%.  Nesse último caso o up side agregará um valor de R$ 2.180 no valor base da PLR. O indicador não será mais o Resultado de Serviços e sim o Ebtida”, esclarecem. 

Reajuste de 3,81% no valor base

Para a PLR 2020, a proposta é de reajuste de 3,81% no valor base, que passaria dos atuais R$ 10.700 para R$ 10.900. Em cima desse valor é que poderá ser agregado o up side de R$ 2.180, além de mais 20% do valor base da PLR em caso de superação das metas dos indicadores. Os indicadores para pagamento continuam os mesmos de 2019 e, segundo a empresa, as metas estão na média de 110% do valor base, considerando os números apurados até setembro.

Para entender modelo e valores

Resumindo: em cenário otimista, a proposta negociada para pagamento da PLR 2020 seria composta de um valor base de R$ 10.900 mais R$ 2.180 (up side), com pagamento proporcional a partir de 6% de diferença quando comparado ao ano anterior, tendo como referência o Ebtida.

Outro plus poderia ser agregado à PLR caso as metas ultrapassem 10% acima dos 100% previstos, sempre com os valores multiplicados por dois, com limite de 20% a mais. Se todos os indicadores tiverem suas metas superadas em 10% acima dos 100%, seriam somados mais R$ 2.180, valor correspondente aos 20%. Assim, feitas as contas, o total da PLR Coletiva negociada pode chegar a R$ 15.416,16.

Mas, considerando outras possibilidades, caso seja apurado um indicador igual ou maior que 95%, pagaria-se 100%. Caso o resultado fique entre >80% e <95%, pagaria-se proporcionalmente o valor correspondente ao indicador. E, se o valor apurado ficar entre 60% e 80%, dividiria-se o resultado obtido por dois. Abaixo de 60%, o indicador ficaria zerado. Os expurgos serão discutidos com a empresa caso a caso, conforme acordo estabelecido entre as partes.

Avanços também na PLR Individual

Para a direção do Sinergia CUT, foi possível garantir também na PLR Individual que todos os trabalhadores recebam 0,2 do salário independentemente de avaliação, o que será formalizado caso o Acordo seja aprovado. E ainda que o assistente – com avaliação Atende – receba 1,2 salário ao invés de um, ressaltando que, em dois anos, é a segunda movimentação que o Sindicato consegue para esses companheiros.

“Depois de quatro anos, estamos com a possibilidade de receber um dos maiores valores de PLR Coletiva já paga na AES Brasil. E, consolidando as previsões, o valor total da PLR poderá chegar a aproximadamente R$ 14.500”, finalizam os dirigentes da entidade.

Antecipação garantida em 2021

A rodada de negociação também garantiu o pagamento da antecipação da PLR 2021 para setembro do próximo ano, ficando combinado também que o valor do programa será negociado entre a Tietê Brasil e o Sinergia CUT em 60 dias após assinatura do Acordo Coletivo.             

(Por Lílian Parise)