#CoragemMaia

No último dia do mandato, Maia ameaça aceitar pedido de impeachment de Bolsonaro

Internautas estimulam presidente da Câmara a abrir processo de impeachment contra Bolsonaro levantando a hashtag #CoragemMaia

Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Redação CUT

Traído pelo seu próprio partido, o DEM, que abandonou a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) à sua sucessão, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ameaça aceitar um dos quase 60 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro que ele engavetou nos últimos dois anos.

#CoragemMaia ecoaram os internautas nas redes sociais, e rapidamente a hashtag passou a ser usada por artistas e militantes no Twitter.

Para Gregório Duvivier, essa é a chance de Maia não entrar para a história como um covarde.

E Maia tem apenas um dia para aceitar um dos pedidos de impeachment de Bolsonaro. Seu mandato termina nesta segunda-feira (1º), nova a eleição da nova cúpula da Câmara e do Senado.

De acordo com a Folha de S Paulo, Maia afirmou a pessoas próximas que tem em mãos um parecer jurídico favorável ao processo, que pode ser usado  para embasar uma eventual decisão nesse sentido.

Apoiado pelo presidente da República, Arthur Lira (PP), é o favorito na disputa. Baleia Rossi, apoiado por Maia, desafeto de Bolsonaro, vem sendo abandonado nos últimos dias por várias legendas e no fim de semana, ACM Neto, presidente do DEM liberou a bancada para votar em quem quisesse, ou seja, abandonou o barco e traiu Maia, que agora pode até mudar de partido.

Com Lira no comando da Casa, as chances de aceitação de pedido de impeachment de Boslonaro são praticamente zero. Pela legislação, cabe ao presidente da Câmara decidir, de forma monocrática, se há elementos jurídicos para dar sequência à tramitação do pedido.

O impeachment só é autorizado a ser aberto com aval de pelo menos dois terços dos deputados (342 de 513) depois de uma votação em uma comissão especial.

Após a eventual abertura pelo Senado, o presidente é afastado do cargo.

Razões para pedir o afastamento do presidente não faltam. A RBA listou algumas razões para o impeachment dee Bolsonaro. Entre elas, o comportamento de risco e o descaso com a pandemia do novo coronavírus – que já matou mais de 224 mil pessoas no Brasil; as muitas afrontas à Constituição Federal cometidas, crimes como a deterioração das relações trabalhistas e descaso com o povo indígena e o fim da política de distribuição de terras no país.

Além da motivação pessoal, Maia tem a popular. Neste domingo (31), pelo segundo fim de semana consecutivo, carreatas, bicicletadas, rodas de conversas e caminhões de som ocuparam as ruas de diversas cidades do país pelo Fora Bolsonaro”.

O crescimento da pressão pela saída, fez o presidente voltar atrás no discurso que fazia para plateia na campanha eleitoral de que não faria um governo de apadrinhamento, nem aliança com a velha política. 

Segundo o UOL, empenhado em eleger Lira, o governo fez uma série de promessas envolvendo emendas e cargos e tem falado até em recriar ministérios que extinguiu.

O Planalto também retaliou congressistas que tinham espaços na máquina federal e que declararam voto em Baleia Rossi (MDB-SP), principal adversário do líder do centrão.

O Poder360 diz que o Centrão, cujo chefe é Lira, já ganhou ao menos 17 cargos depois de aproximação com Bolsonaro. Confira no infográfico.

Escrito por: Redação CUT