Covid-19

Salto de mortes e casos no Brasil assusta cientistas e instituições internacionais

Em 24 horas, o país voltou a registrar mais de 2.000 óbitos provocadas pela Covid-19, foram 2.207 vidas perdidas em apenas um dia

Rovena Rosa/Agência Brasil

Redação CUT

O agravamento da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil virou preocupação mundial. O país assumiu a liderança global de novas infecções diárias, ultrapassando os Estados Unidos, país registrava recorde de mortes e casos da doença desde o início da pandemia. O Brasil teve um salto de 10,3% de mortes e 9,5% de casos do mundo, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

No pior momento da pandemia até agora, o drama que o Brasil enfrenta tem assustado cientistas estrangeiros e instituições internacionais. Em 24 horas, o país voltou a registrar mais de 2.000 óbitos pela doença, foram 2.207 novas mortes.

Pelo 13º dia consecutivo, o Brasil apresentou a mais alta média diária de mortes da pandemia: 1.705 nos últimos sete dias, segundo os dados do consórcio de imprensa.

Em relação aos casos confirmados, foram 78.297 novos registros da doença. Com isso, o país soma 273.124 óbitos e 11.284.269 infectados desde o início da pandemia, em fevereiro do ano passado.

Enquanto o país bate recorde atrás de recorde de casos e óbitos, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) mais uma vez mentiu ao afirmar que nunca chamou a Covid-19 de “gripezinha”, e atacou governadores e o ex-presidente Lula durante uma live de uma hora para seus apoiadores. E ainda leu uma suposta carta de , supostamente escrita por um feirante contrário ao lockdown. 

Ao contrário do que Bolsonaro falou, ele utilizou o termo gripezinha ao menos duas vezes, uma em entrevista em 20 de março do ano passado, ele disse que “depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, não”.

De acordo com o blog do Jamil Chade, do UOL, enquanto houve uma queda de 6% em mortes por Covid-19 no mundo nos últimos dias, o que se viu no Brasil foi um salto de 23%. Foram 60 mil óbitos registrados no mundo, contra 9,9 mil no Brasil. Um dia depois dessa avaliação, o país batia um novo recorde, com 2,2 mil novas mortes em 24 horas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país vai na contramão do mundo. A queda de mortes foi de 17% nos EUA, 7% no México, 30% na África do Sul, 21% na Etiópia, 20% na Nigéria, 3% na França, 30% na Indonésia, 6% na Índia, 17% no Japão, 20% nas Filipinas e 36% na Malásia.

Sul enfrenta falta de leitos e filas de espera em UTI

Em meio a explosão de casos de Covid-19 e falta de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o governador do Paraná Ratinho Jr. (PSD) anunciou o fim do lockdown, que durou 12 dias, e autorizou a reabertura do comércio e das escolas com modelo híbrido de ensino a partir desta quarta (10).

Mais de 1.185 paranaenses aguardam por uma vaga em hospitais no Paraná – 567 estão em estado greve e precisam de UTI e 618 de leitos de enfermaria.

Ratinho Jr está entre os cinco governadores do país que não assinaram a carta pela vida e pela saúde, que reforça a luta contra a pandemia do novo coronavírus. A carta foi entregue esta semana ao Congresso Nacional.

Em todo o estado, mais de 740 mil pessoas foram contaminadas pelo vírus e 13 mil perderam a vida.

Em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés (PSL) decidiu manter apenas durante o final de semana a proibição do funcionamento de estabelecimentos e atividades não essenciais. O estado registrou o maior recorde de mortes diárias de quarta (10) para quinta (11).

A medida do governador foi criticada por especialistas, que sugerem um lockdown de ao menos 14 dias no estado para diminuir as curvas de contágio do novo coronavírus.

Santa Catarina vive um colapso na saúde, com 96,25% de ocupação em UTIs e apenas 60 leitos disponíveis. De acordo com o último boletim, 395 pacientes estão na fila por um leito de UTI.

O estado registra mais de 717 mil casos da doença e 8,3 mil óbitos desde o começo da pandemia, em março do ano passado.

Bahia tem recorde de mortes

A Bahia registrou 115 mortes e 4.975 novos casos de Covid-19, uma taxa de crescimento de 0,7% em 24h, de acordo com boletim da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) nesta quinta (11).

O registro de mortes do boletim desta quinta mantém a tendência de alta desde o final de fevereiro, trazendo mais de 100 óbitos por dia. A marca desta quinta-feira (11) é a segunda maior do estado desde o começo da pandemia, atrás apenas do dia 26 de fevereiro, quando a Bahia registrou 137 óbitos.

Apesar das 115 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quinta. Os números também representam o crescimento de casos graves no estado, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 12.961, representando uma letalidade de 1,79%. Dos 730.542 casos confirmados desde o início da pandemia e 697.190 já são considerados recuperados.

Escrito por: Redação CUT