Mundo freia o Brasil

Mais países proíbem voos ao Brasil, que enfrenta até falta de medicamentos

Pelo menos 22 países reforçaram medidas que restringem voos para o Brasil, país considerado atualmente uma ameaça global por não controlar a pandemia do novo coronavírus

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Redação CUT

Com a pandemia do novo coronavírus totalmente descontrolada no Brasil, país passa a ser considerado ameaça global e, assustadas com os recordes diários de mortes e novos casos, autoridades de vários países proíbem ou restringem voos ao território nacional.

Pelo menos 22 nações países decidiram colocar barreiras para entradas de brasileiros, depois do crescimento de novas variantes do vírus, mais agressiva e fatal. A informação é da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).

Restringiram voos ao Brasil para conter o avanço da doença em seus países países como França, que decidiu nesta terça-feira (13) proibir entradas de brasileiros, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Áustria, Bangladesh, Cidade do Vaticano, Colômbia, Espanha, EUA, França, Holanda, Irã, Itália, Japão, Marrocos, Omã, Paquistão, Peru, Reino Unido e San Marino.

Mortes nas últimas 24 horas

Nesta quarta-feira (14), 3.462 brasileiros perderam a vida em consequência de complicações da Covid-19 e foram registrados 75.998 novos casos da doença. Com isso, o país chegou a 362.180 óbitos e a 13.677.564 pessoas infectadas desde o início da pandemia. A média móvel de mortes permanece elevada, com 3.012 óbitos por dia.

O recorde de mortes no Brasil ocorreu na última terça (6), com 4.211 óbitos em 24 h.

Mundo

A Índia ultrapassou o Brasil em números de casos de Covid-19 e pode se tornar epicentro mundial da doença. O país bateu recorde de 200 mil novos casos de Covid-19 em 24 horas e passou de 14 milhões de infectados, apontam dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (15).

A Índia registrou mais de 1,15 milhão de infectados nos últimos sete dias, passou o Brasil em casos confirmados na segunda-feira (12) e agora está atrás apenas dos EUA (31,4 milhões).

Em número de mortes, a Índia teve 1.038 óbitos em 24 horas, um recorde desde outubro, e é o quarto país do mundo em número de vítimas do coronavírus, com 175 mil, atrás de EUA (564 mil), Brasil (361 mil) e México (210 mil).

O recorde casos em 24 horas ainda é dos Estados Unidos, que teve mais de 300 mil registrados em 2 de janeiro. O recorde de infectados do Brasil é de 97,5 mil novos casos em 24 horas, em 25 de março.

Caos e muita dor nas unidades de saúde

Sem conseguir frear o crescimento de casos de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, o Brasil, país onde mais se morre hoje por Covid-19, enfrenta Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) lotadas e escassez de medicamentos essenciais para pacientes intubados. Quando a medicação para manter o paciente cedado acaba, profissionais de saúde estão sendo obrigados a manter o paciente amarrado na cama para ele não se machucar.

Apesar da gravidade da pandemia, só em março deste ano o Ministério da Saúde tomou uma série de medidas administrativas para centralizar as compras dos medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”. O resultado da falta de planejamento do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), sob a gestão do general Eduardo Pazuello, é o desabastecimento de remédios aos hospitais que começam a relatar dificuldades para intubar pacientes em estado grave.

Desde o mês passado, a falta de medicamentos se tornou cada vez mais comuns em hospitais do Brasil. Na terça-feira (13), por exemplo, o governo de São Paulo encaminhou um ofício ao Ministério da Saúde afirmando que precisava receber medicamentos do kit intubação em 24 horas para repor estoques e evitar o desabastecimento das medicações nos hospitais.

Essa situação levou a Santa Casa de São Carlos (SP) a desativar seis dos 30 leitos de UTI destinados a pacientes com a Covid-19. Os administradores do hospital afirmam que a medida se tornou necessária para não faltar medicamentos aos pacientes que já estão intubados na unidade de saúde.

Mais de 90% de ocupação de leitos

Cerca de 17 capitais brasileiras e o Distrito Federal estão com 90% ou mais de seus leitos de UTI ocupados com pacientes em estado grave em decorrência da doença. A situação teve uma leve melhora em relação à semana passada, quando o país registrava 21 capitais com taxa de lotação acima de 90%.

Porto Velho e Campo Grande estão com todas as suas UTIs em uso para casos mais críticos da doença, segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo.

Mato Grosso do Sul opera com os hospitais acima da ocupação máxima. A fila por leitos praticamente não variou de uma semana para outra e está com 134 pessoas.

O estado registrou 958 mortos pela Covid-19 em março, o que representa quase 30% do total de óbitos pela doença até o início do mês.

Já em Campo Grande, mesmo com a abertura de novos leitos, 103% das UTIs estão ocupadas.

Rio Grande do Norte estava com ocupação chegou a 98,3%, nesta segunda. Cuiabá segue com ocupação alta, com 97% das 307 vagas em uso. Na última semana, o índice de ocupação era o mesmo.

Nesta quarta-feira, os dados do Ceará não foram divulgados por causa de problemas no gerenciador de ambiente laboratorial, segundo a secretaria de saúde do estado.

Escrito por: Redação CUT