CPI da Covid já mostra culpa de Bolsonaro por mortes, diz senadora

Em entrevista ao ‘Brasil TVT’ deste domingo, Zenaide Maia afirma que as duas principais linhas de investigação da CPI levam à responsabilidade do presidente

JULIANA PESQUEIRA / FOTOS PÚBLICAS

Redação RBA

Escrito por: Redação RBA

Uma das conclusões a que a CPI da Covid, que apura ações e omissões no combate à pandemia do novo coronavírus, fatalmente chegará é a de que o governo de Jair Bolsonaro poderia ter evitado pelo menos uma parte significativa das 500 mil mortes que assolam o país desde o início da pandemia. Essa é a visão da senadora Zenaide Maia (Pros-RN). “A gente está descobrindo que realmente o governo poderia ter evitado essas mortes”, afirma a senadora.

Em entrevista ao Brasil TVT deste domingo (20) a senadora falou sobre as duas principais linhas de investigação que vem sendo conduzidas nos trabalhos da CPI: a do gabinete paralelo ao Ministério da Saúde para o aconselhamento do presidente e a linha sobre o estímulo à adoção de remédios sem eficácia contra a covid-19, como a cloroquina e ivermectina.

“A quem interessa um medicamento que não é eficaz contra a covid-19?” Zenaide Maia lembra que o governo tentou usar até mesmo o Conselho Federal de Medicina (CFM) para atestar o uso desses remédios no tratamento da covid.

“O que mais me preocupa não são os efeitos colaterais de remédios como a cloroquina ou a ivermectina, mas a falsa esperança que deram ao povo brasileiro de que se tomasse esses medicamentos não adoeceria ou se tivesse a doença seria menos grave”, afirmou a senadora aos jornalistas Cosmo Silva e Talita Galli.

“Os laboratórios tiveram lucro imenso”, diz a senadora. Ela também acredita que as investigações chegarão à responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro sobre as mortes de covid-19 no país. “Vão chegar no presidente, não tem como não ser. Porque ele continua a insistir na imunidade de rebanho natural. É um genocídio maciço”, diz a senadora.

Nesta semana

A CPI da Covid deve ouvir nesta semana os depoimentos do ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e do assessor internacional da Presidência da República Filipe Martins. De acordo com senadores que pediram as oitivas, os dois são suspeitos de integrar um gabinete paralelo (ou “gabinete das sombras”). O depoimento de Terra está previsto para terça-feira (22) e o de Martins, para quinta-feira (24).

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