CS 2021: começam as negociações na CPFL Paulista e Piratininga

Grupo assume que teve bons resultados em 2020 e no primeiro trimestre de 2021, mas faz choradeira quando o assunto é reconhecer o valor dos trabalhadores

Bira Dantas

Débora Piloni, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT

Foram abertas as negociações da Campanha Salarial 2021 com as empresas CPFL Paulista e CPFL Piratininga e duas rodadas já ocorreram, sendo a primeira no dia 10 de junho e a segunda no último dia 16.

Devido à necessidade de isolamento por conta da pandemia de Covid-19, as reuniões estão sendo virtuais e contam com a presença de diversas entidades sindicais, além das que compõem o Projeto Sinergia CUT que, buscando o fortalecimento da bancada dos trabalhadores e a conquista em torno das pautas e temas propostos na mesa, firmaram parceria com o Sindluz Bauru, Sindluz Ribeirão Preto e Urbanitários de Santos (Sintius).

Choradeira

Na primeira reunião, os representantes da CPFL expuseram suas “expectativas” diante da Campanha Salarial, como a importância de privilegiar a mesa para superar os desafios decorrentes da crise econômica e sanitária sem precedentes pela qual passa todo país. Depois, iniciaram com a velha tática da choradeira, dizendo que, apesar dos resultados positivos apresentados pelo Grupo CPFL em 2020 e no primeiro trimestre de 2021, o cenário futuro seria incerto, com perspectiva de um quadro maior de inadimplência e retração do mercado consumidor de energia, frente aos reflexos da crise econômica que trazem desemprego recorde, exigindo muita cautela e responsabilidade no processo.

Os negociadores ainda informaram que estariam analisando as pautas entregues pelas entidades sindicais e que se manifestariam sobre elas na reunião seguinte.

Naquele mesmo dia, o Sinergia Campinas e demais sindicatos aliados elencaram suas prioridades nesta Campanha Salarial:

  • garantia da data-base;
  • prorrogação do ACT 2019/2021 até o final do processo de negociação;
  • reajuste salarial pelo maior índice de inflação;
  • aumento real;
  • reajuste dos benefícios com o mesmo percentual do reajuste salarial;
  • reajuste diferenciado para o Vale Alimentação e Vale Refeição, considerando a inflação da cesta básica;
  • acordo coletivo com vigência de 02 anos;
  • aprofundar a discussão no acordo coletivo da situação dos trabalhadores em home office enquanto durar a pandemia;
  • Vale Natal nos patamares da RGE;
  • atualização da clausula de política de emprego (em especial os itens que não entram na rotatividade);
  • inclusão do termo aditivo que regulamenta a jornada 6×3 nas operações de campo, para aqueles sindicatos que possuem a referida previsão;
  • estabelecer a possibilidade de trocas entre escalas de trabalho em situações particulares dos empregados;
  • pagamento do exame toxicológico;
  • concessão do vale lanche após a realização de horas extras, mesmo em período inferior a 02 horas;
  • avaliar cláusula de férias para adequação a legislação;
  • punição relativas à segurança do trabalho sem critérios;
  • aplicação de punições decorrentes de eventos envolvendo multa de trânsito e avarias em veículos;
  • rever cláusula que trata da participação do sindicato e CRE no GIAA e nos recrutamentos internos, etc;
  • garantia de PLR para os próximos anos;
  • retorno dos dias pontes de feriados;
  • homologações no sindicato;
  • abertura de CAT para os casos de COVID;
  • plano de carreira para técnicos, administrativos e atendentes de agência;
  • volta do pagamento da “dirigida”;
  • adequação da cláusula que trata do implante dentário;
  • excluindo a limitação de 01 implante a cada 06 meses;
  • considerar o tempo de deslocamento quando o trabalhador é acionado em horas extras; entre outros.

Foi então consensado um calendário de reuniões ficando agendada a segunda rodada para o dia 16 de junho e as demais para 23 de junho, 01 e 08 de julho.

Por fim, as empresas garantiram a data-base da categoria em 01 de junho de 2021 e informaram que as condições estabelecidas no ACT 2019/2021 ficam prorrogadas até o dia 08 de julho.

2ª Rodada: ainda sem proposta

No dia 16, os negociadores já iniciaram a reunião apresentando um retorno sobre os itens da Pauta apresentados pelos Sindicatos, e isso foi feito seguindo uma ordem por eles especificada:

a) Itens que estarão contemplados na proposta econômica a ser apresentada pelas Empresas e que ainda não tinham definição:

  • Reajuste Salarial
  • Gratificação de Férias
  • Participação nos Lucros ou Resultados
  • Vale Alimentação
  • Vale Refeição
  • Auxílio Creche
  • Vale Natal

b) Itens que serão tratados na pauta a ser apresentada pelas Empresas no decorrer da presente reunião:

  • Horas Extras
  • Rescisão por Aposentadoria
  • Aprendiz SENAI

c) Item que existe concordância das Empresas:

  • Termo Aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho – Escala de Trabalho 6×3

d) Itens que as Empresas propõem manutenção nas condições atuais:

  • Adicional de Periculosidade
  • Assistência Médica, Hospitalar e Odontológica
  • Suspensão Disciplinar/Dispensa por Justa Causa
  • Movimentação de Pessoal por Desempenho
  • Licenças Diversas
  • Segurança no Trabalho e Saúde Ocupacional
  • Segurança no Trabalho
  • Organização Sindical
  • Transferência de Local de Trabalho
  • Informações aos Empregados
  • Contribuição Assistencial
  • Prorrogação, Revisão ou Denúncia

e) Itens que, na visão das Empresas, não são possíveis de serem atendidos nesta negociação:

  • Homologações no Sindicato: Segundo a empresa voltará a ser no sindicato após a pandemia, porém a empresa não quer colocar no ACT.
  • Home Office: Empresa entende que não é o momento de discutir esse tema pois intenção é retornar os trabalhos presenciais após fim da pandemia.

f) Itens que as empresas ainda não possuem uma definição interna:

  • Vigência do Acordo Coletivo por 02 anos
  • Política de Emprego
  • Carteira Nacional de Habilitação – Adequação da cláusula exame toxicológico
  • Conselho de Atualização e Aperfeiçoamento Profissional
  • Cláusulas Pré-Existentes
  • Vale Lanche (Hora Extra)

Em sua manifestação, os sindicatos deixaram registrado que a maioria dos itens são comuns a todas as entidades e foi destacada a necessidade de discuti-los uma vez que são reivindicações colhidas na categoria.

Depois desse vai e volta de debates, os representantes da CPFL Paulista e Piratininga apresentaram propostas visando ajustar textos de cláusulas que constam dos ACTs 2019/2021 e ficaram de enviar tais redações para análise das entidades sindicais e posterior discussão.

Nova rodada está agendada para esta quarta-feira (23). Que venha uma proposta de Acordo!

Todos pela vida: com saúde, emprego e renda!

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Débora Piloni, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT