CS 2021

CS 2021: Elektro lucra 47% a mais em plena pandemia, mas faz proposta com retirada de direitos para economizar

Companhia teve lucro líquido de R$ 205 milhões no 1º trimestre de 2021 e retoma estratégia adotada na CS 2019, que é a de não reconhecimento dos trabalhadores ao oferecer o mínimo e ainda retirar direitos

Bira Dantas

Nice Bulhões, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT

Os trabalhadores da Elektro também foram responsáveis pelo excelente resultado do 1º trimestre de 2021 ante o mesmo período de 2020 (veja quadro abaixo). No ano passado, mesmo com a pandemia de Covid-19, o lucro líquido da empresa fechou em R$ 592 milhões, 20% a mais em relação ao de 2019, segundo balanço da Neoenergia.

Imagem: Reprodução/Site da Neoenergia

Diante disso, era de se esperar que o justo reconhecimento viesse em uma proposta de ACT, no minímo, digna. Porém não foi isso que aconteceu. A empresa ofereceu um reajuste do IPCA cheio (8,06%) – lembrando que é o menor índice de inflação oficial dos últimos 12 meses -, mas propôs 0% de ganho real nos salários e demais benefícios e ainda quer retirar vários direitos.

A Elektro apresentou uma proposta repleta de “pegadinhas”, o que gerou um sentimento de revolta e indignação por parte dos negociadores. Para eles, a empresa quer usar da mesma estratégia adotada em 2019 na “tentativa de desestabilizar a unidade dos trabalhadores” e que levou, na ocasião, a negociação a um dissídio coletivo.

Maldades sugeridas pela empresa na proposta

Prorroga o Acordo por 2 anos, (2021-2023) se for atrelado ao reajuste do índice do IPCA em 2021 e 2022. em todos os itens econômicos do ACT, como cesta base, auxílio-creche e, inclusive, VA/VR.
NÃO quer reconhecer a cláusula do Acordo Coletivo de Trabalho que o prorroga automaticamente por mais 2 anos, ou seja, de 2023 a 2025.
Quer negociar o atual Programa de Bolsa de Estudos junto com a proposta de ACT.
Quer o reajuste do VA/VR pelo IPCA, sendo que a inflação oficial dos alimentos no período foi de 12,54%.
Quer que o reajuste do VA/VR NÃO seja mais vinculado ao reajuste do restaurante da sede, em Campinas, a partir de 2021.
Pretende adequar a divisão dos percentuais de opção nos cartões VA/VR, bem como estabelecer um prazo semestral para alterações, conforme regras da empresa.
Quer alterar o atual parcelamento de férias pelo da legislação aplicável.
Quer modificar a redação da cláusula 24 do Plano de Suplementação de Aposentadoria e de Pensão para inclusão do benefício do Plano CD (Contribuição Definida).
Quer adequar a cláusula de PLR.
Quer fazer ajustes relacionados à jornada de trabalho.
Quer fazer ajustes relacionados ao banco de horas, inclusive retirando o valor de recebimento da Incidência do DSR nas horas compensadas, para apenas quando do pagamento efetivo das horas extras. Na compensação HE de 50%, se compensadas, de 1 para 1,5 (50%) para, se compensadas, de 1 para 1.
Adequação do prazo para compensação das horas extras, passando para até 6 meses ou 180 horas, conforme padrão do grupo Neoenergia para todas as categorias de trabalhadores aplicáveis.
Quer alterar a cláusula 28, que trata sobre Gerenciamento de Pessoal.
Quer a adequação dos benefícios, a cláusula 45, que trata sobre Indenizações Adicionais.
Quer a adequação do Acordo Bilateral, conforme legislação vigente.
Quer a adequação na data do pagamento da segunda parcela do 13º para considerar o pagamento até o quinto dia útil do mês de dezembro de cada ano.

Para o Sindicato, a proposta da 3ª rodada, realizada no último dia 6, não atende a Pauta dos Trabalhadores. Próxima reunião: 10h desta quinta (15).

Todos pela vida: com saúde, emprego e renda!

Por Nice Bulhões, com informações da Secretaria Geral do Sinergia CUT