Danos Morais

Bolsonarista é condenado a indenizar Leonardo Boff em R$ 110 mil por fake news

Bernardo Küster acusou Boff de desviar R$ 13 milhões em recursos públicos. Indagado pela Justiça, afirmou: “Eu não tenho prova nenhuma”

Reprodução/Youtube -TVT

Youtuber bolsonarista deveria pagar R$ 20 mil a Boff, mas teve a pena aumentada por descumprir a decisão judicial

Redação RBA

Bernardo Küster acusou Boff de desviar R$ 13 milhões em recursos públicos. Indagado pela Justiça, afirmou: “Eu não tenho prova nenhuma”

São Paulo – O youtuber bolsonarista Bernardo Küster foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) a pagar cerca de R$ 110 mil ao teólogo Leonardo Boff. A informação foi publicada pela colunista Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (5). Em maio do ano passado, o TJ-RJ já havia rejeitado recurso da defesa de Küster. Na ocasião, a pena incluía o pagamento de indenização de R$ 20 mil e publicação de direito de resposta do teólogo em suas redes sociais. No entanto, passados mais de dez meses, ele não cumpriu a decisão, o que levou ao aumento do valor da multa.

Küster foi condenado por danos morais em função de acusações inverídicas contra Boff em vídeo publicado em janeiro de 2020. Na peça, o youtuber bolsonarista sugere que Boff “embolsou de forma ilegítima” R$ 13 milhões em dinheiro público. Além disso, sem qualquer evidência, o bolsonarista chegou a afirmar que o teólogo deveria estar na cadeia.

“Leonardo Boff, o que é que você fez com 13 milhões de reais? (…) Será que foi pro MST (Movimento dos Sem Terra)? Será que foi para o PT? Para a campanha do Lula? Será que foi para pagar congressos de teologia da libertação? Para pagar estudos fora desse pessoal comunista? Será que foi para comprar pessoas?”, questiona Kuster no vídeo que teve mais de 150 mil visualizações.

Contudo, na sentença do juiz Marcelo da Costa, do 2º Juizado Cível de Petrópolis, quando questionado sobre as acusações, Kuster respondeu: “Eu não tenho prova nenhuma”. Após a condenação, Boff afirmou se tratar de um “dia histórico”. “Küster se acovardou diante do juiz. Diz que não tinha provas, só induções”, comentou nas redes sociais.

Na mira do STF

Além disso, Kuster também é um dos alvos do inquérito das fake news, aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda em 2019, que apura produção de notícias falsas e ameaças à Corte. Posteriormente, ele chegou a ser alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal (PF), quando teve seu celular e computadores apreendidos. Essas investigações também miram o empresário Luciano Hang, dono da Havan, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) e os blogueiro Allan dos Santos e Winston Lima.

Na última quarta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes decidiu incluir o próprio presidente, Jair Bolsonaro, no inquérito das fake news. Nesse sentido, o ministro atendeu pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por conta dos sucessivos ataques do presidente ao próprio processo eleitoral, levantando suspeitas, sem apresentar provas, quanto à confiabilidade das urnas eletrônicas.

Por Redação RBA