União

PACTO DAS ENTIDADES

Catorze entidades se uniram para lutar contra as propostas das patrocinadoras dos planos de previdência complementar administrados pela Vivest

Pixabay

Entidades signatárias do Pacto

Catorze entidades de classe se uniram para, juntas e em uma iniciativa inédita, defender participantes ativos e assistidos suplementados (aposentados e pensionistas) de futuros impactos que possam ser causados pelas propostas das patrocinadoras e que estão recebendo o respaldo da Direção da Vivest (antiga Fundação Cesp), responsável pela administração dos planos de previdência. As empresas patrocinadoras buscam: 1) Promoção da migração entre planos previdenciários; 2) Alteração do indexador dos planos; e 3) Retirada de patrocínio. As entidades querem barrar essas alterações e entregaram uma proposta à Vivest, em 21 de setembro deste ano. Confira abaixo as entidades signatárias do Pacto.

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Campinas – Sinergia Campinas

Associação dos Aposentados da Fundação Cesp – AAFC

Instituto Adecon

Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo

Sindicato dos Trabalhadores Serv. Fiação, Tração, Luz e Força de Araraquara – Sinergia Araraquara

Sindicato dos Empregados nas Empresas de Geração, Transmissão e Distribuição Elétrica de Mococa – Sinergia Mococa

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Hidrelétrica de Presidente Prudente – Sinergia Prudente

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Itanhaém, Bertioga, Guarujá, Litoral Sul e Vale do Ribeira – Sinergia Sindergel

Sindicato dos Empregados na Geração, Transmissão e Distribuição de Eletricidade de São José do Rio Preto – Sinergia SJ Rio Preto

Sindicato dos Técnicos do Estado de São Paulo – SINTEC

Associação dos Técnicos das Empresas Energéticas do Estado de São Paulo – ATEESP

Sindicato dos Empregados na Geração, Transmissão e Distribuição de Eletricidade de Bauru – Sindluz Bauru

Sindicato dos Empregados na Geração, Transmissão e Distribuição de Eletricidade de Ribeirão Preto – Sindluz Ribeirão Preto

Sindicato dos Urbanitários de Santos – SINTIUS

Três princípios norteiam a elaboração da proposta

Um dos objetivos é lutar pela manutenção do compromisso com o patrocínio dos planos atuais por partes das empresas. A migração para planos CD afeta esta garantia

Para a elaboração da proposta, as entidades elencaram três princípios, que nortearam as discussões de trabalho:

1. O objetivo principal tem que ser a manutenção, vitaliciedade e a sustentabilidade dos planos de previdência de todas as patrocinadoras, que são administrados pela Vivest (antiga Fundação Cesp).

2. Os planos originais Vivest, na modalidade benefício definido BSPS e BD, têm como princípio o mutualismo para garantir sua sustentabilidade. Portanto, a migração afeta de forma significativa esse princípio. O mesmo se verifica para o plano CV, quando o participante opta pela vitaliciedade.

3. Deve ser estabelecida nova metodologia de reajuste dos benefícios de forma que a mesma esteja alinhada com os investimentos da Vivest e que os superávits resultantes da aplicação desta metodologia sejam adequadamente distribuídos entre patrocinadora, assistidos e participantes.

Pré-requisito: Não à retirada do patrocínio

Como pré-requisito à discussão sobre a troca de indexador (leia matéria no verso), as entidades definiram que as patrocinadoras devem formalizar compromisso pela manutenção dos patrocínios dos planos de previdência, enquanto forem detentoras da concessão, tiverem o controle acionário ou em caso de possível transferência.

Cobertura do déficit

As entidades propõem o aumento proporcional, até 2032, da cobertura do déficit no BD/CV pelas patrocinadoras, até o limite de 70% para as patrocinadoras e 30% para os participantes. Nesta proposta, o déficit, se vier a ocorrer, no BSPS continua sendo de inteira responsabilidade das patrocinadoras.

Investimentos X meta atuarial

Elas indicam a criação do Fundo Garantidor de Aplicação do Indexador. A partir de 2032, distribuir proporcionalmente o resultado dos investimentos que superarem a meta atuarial. Abaixo a tabela com a proposta de redução para o BSPS.

Para visualizar melhor a tabela no celular, clique aqui para abri-la no formato pdf.

IGP-DI | IPCA

Indexador híbrido, com progressão de índice, é a proposta das entidades

Elas reivindicam uma ampla negociação para repactuar a mudança do indexador, definida pelo planos previdenciários desde os Acordos Coletivos de 1997, e atrelada à garantia da manutenção do patrocínio

Para as entidades, é preciso considerar o acordo assinado em 1997, que fixa o IGP-DI como indexador de benefícios. Por isso, a proposta é que somente a partir de abril de 2022 seja feita a alteração da metodologia de reajuste de benefícios e dado um novo tratamento de superávits e déficits para os planos de todas as patrocinadoras, incluindo Emae e Quadro Próprio da Vivest, respeitando os meses de reajuste dos benefícios de cada um dos planos.

Progressão do índice

As entidades defendem que a mudança não seja imediata. A proposta é que seja iniciada com 15% do IPCA e 85% do IGP-DI, em 2022. Depois, haveria a progressão de cinco pontos percentais (5 p.p.) na proporção IPCA/IGP-DI até 2027; de 10 p.p entre 2028 e 2030; e 15 p.p entre 2031 e 2032. Assim, as reservas atingiriam a proporção de 30% de IGP-DI e de 70% de IPCA em 2030. Quanto ao descasamento: 70% em 2021 e 0% em 2030. E, sempre respeitando os meses de reajuste dos benefícios de cada um dos planos.

Superávits e medologia do novo indexador

A proposta indica ainda à Vivest o destino dos superávits e a necessidade de definição de metodologia do novo indexador: “Que os superávits observados após a adoção dessa metodologia sejam utilizados, com objetivo de dar sustentabilidade para os planos, beneficiando de forma igualitária, Participantes, Assistidos, Beneficiários e Patrocinadoras. Será preciso definir metodologia de utilização dos superávits, como aditivo ao acordo de 1997 e estabelecer metodologia de reajuste dos benefícios a ser utilizada após 2031.”

Ponto de atenção

“Quanto mais nos aproximamos de atingir 100% do IPCA, os investimentos tenderão a apresentar um rendimento maior, dando origem a superávits. É indispensável discutir como esses superávits no BSPS e no BD deverão ser utilizados. Definir metodologia para utilização dos superávits gerados a partir de 2022”, alertam as entidades. Confira tabela abaixo que traz a evolução desse cálculo de progressão do índice.

Para visualizar melhor a tabela no celular, clique aqui para abri-la no formato pdf.

Apoio

Vereadores de Santos apoiam Pacto das Entidades

Uma comitiva de representantes das Entidades do Pacto estiveram em audiência com os vereadores Marcos Libório e Telma de Souza, ambos de Santos, no dia 21 de setembro passado.

Os representantes das “Entidades do Pacto” entregaram um documento a dois vereadores de Santos – Marcos Libório (PSB) e Telma de Souza (PT, ex-prefeita de Santos) – relatando todos os movimentos feitos pela Vivest e pelas patrocinadoras contra os participantes (Migração e Retirada de Patrocínio), bem como o histórico dos problemas. Eles se comprometeram a entregar o documento ao senador Paulo Paim (PT).

*Edição Nice Bulhões

Por Entidades Signatárias do Pacto