Combustíveis e energia pressionam inflação e prévia de outubro é a maior em 26 anos

IPCA-15 somou 1,20% em outubro. Com isso, alta acumulada em 12 meses alcançou 10,34% e a do ano, 8,30%, segundo dados do IBGE. Só a gasolina já acumula alta de 40,44% em 12 meses

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

Marize Muniz 

Escrito por: Marize Muniz 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial, acelerou e chegou a 1,20% em outubro. Esta foi a maior taxa para o mês desde 1995 (1,34%) e também a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%), antes do golpe. 

A maior inflação para o mês de outubro há 26 anos, divulgada nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elevou o acumulado do IPCA-15 para 8,3% no ano, até outubro, e para 10,34% em 12 meses.

Os grupos que mais pressionaram o índice de inflação, mais uma vez, foram o dos transportes, especialmente por causa dos reajustes dos combustíveis; e o da energia elétrica, impactada pela bandeira vermelha determinada pelo governo de Jair Bolsoanro (ex-PSL), que também é responsavel pela Política de Preços Internacional (PPI) da Petrobras.

Leia mais: Nesta segunda (25), a Petrobras reajustou gasolina mais uma vez 

O que mais subiu

A alta energia elétrica que subiu 3,91% representou o maior impacto individual no mês de outubro (0,19 ponto percentual) na prévia do IPCA-15. Os brasileiros estão pagando altas contas de luz com a vigência da bandeira tarifária de escassez hídrica, que acrescentou R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

O item transportes (2,06%) segue pressionando os índices com os seguidos aumentos dos preços dos combustíveis (2,03%) – só este mês a Petrobras anunciou aumento da gasolina duas vezes, uma do gás e outra do óleo diesel.

O gás (3,80%), segundo o IBGE, também contribuiu para  elevar a prévia da inflação. Os preços do botijão de gás de botijão de 13 quilos subiram pelo 17º mês consecutivo e acumulam, no ano, alta de 31,65%

No grupo dos transportes, o IBGE destaca ainda:

. passagens aéreas, alta de 34,35%,

. gasolina alta de 1,85% – acumula 40,44% nos últimos 12 meses.

. etanol (3,20%),

. óleo diesel (2,89%); e,

. gás veicular (0,36%).

No mesmo grupo, o IBGE apurou ainda altas nos itens automóveis novos (1,64%) e usados (1,56%, a 13ª seguida, somando 13,21%); e de 1,27% nas motocicletas (1,27%).

Também aumentaram os preços médios de pneu (1,71%) e óleo lubrificante (1,36%) – agora, acumulam 31,03% e 19,19% em 12 meses, respectivamente. Já o ônibus intermunicipal variou 0,16%, com reajustes de tarifas aplicados em Fortaleza.

Altas na alimentação

Em outubro, o IPCA-15 registrou alta de 6,41% nos preços das frutas, 23,15% nos preços dos tomates,  8,57% nos da batata-inglesa (8,57%), 5,11% no  do frango em pedaços, 4,34% no do café moído, 4,20% no do frango inteiro e 3,94% nos dos queijos (3,94%).

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