Nota de solidariedade às vereadoras Guida Calixto e Mariana Conti

Parlamentares de Campinas (SP) são vítimas de constantes ameaças; agressor tem acesso às dependências da Câmara Municipal da cidade

CUT São Paulo

Escrito por: CUT São Paulo

A CUT-SP vem a público prestar solidariedade às companheiras Guida Calixto (PT) e Mariana Conti (PSOL), vereadoras da cidade de Campinas (SP), que têm sofrido constantes ameaças por conta de seus trabalhos.

No dia 15 de junho, uma pessoa ligou para o gabinete de Guida, chamando-a de “lixo” e exigindo para que ela parasse de fazer críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PL), pois, do contrário, “iria saber o que é bom”. Com o número da ligação, a vereadora conseguiu identificar o criminoso e fez um boletim de ocorrência.

No entanto, no dia 8 de agosto, o agressor foi visto circulando livremente nos corredores da Câmara Municipal e próximo aos gabinetes de Guida e de Mariana Conti, que também já recebeu ameaças. O criminoso fez questão de ser percebido pelas duas, na tentativa de intimidá-las.

É extremamente grave e preocupante que este tipo de ameaças aconteçam, sobretudo quando se sabe a identidade e o endereço do autor.

As vereadoras, ambas do campo progressista e de esquerda, realizam um trabalho exemplar à frente de seus mandatos, representando as minorias historicamente excluídas dos espaços de poder, como mulheres, negras e negros, indígenas e LGBTQIAP+. Essa atuação incomoda grupos conservadores e da extrema-direita campineira, mas foi a partir da instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Antifascista, que apura discursos de ódio na cidade, que as ameaças se intensificaram contra as parlamentares. Mariana preside a CPI, enquanto que Guida é a relatora.

Elas, constantemente, também têm denunciado os desmandos provocados pelo governo de Bolsonaro, que causaram a volta da fome, da desigualdade social, o aumento do desemprego, descasos com a saúde, entre outras ações.

A Direção da CUT-SP cobra uma rigorosa e rápida investigação e punição severa do responsável pelas ameaças. E até que tudo seja apurado e resolvido, é imprescindível que as duas parlamentares tenham acesso a medidas protetivas.

Também é urgente que a Presidência da Câmara Municipal de Campinas impeça a entrada desse agressor em suas dependências, bem como investigue as possíveis relações do mesmo com outros parlamentares da Casa – o que ele próprio chegou a apontar no telefonema.

Num país onde os números de violência contra a mulher são assustadores, é preciso dar uma resposta exemplar a esse caso.

Direção da CUT São Paulo

São Paulo, 15 de agosto de 2022

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