A luta pela soberania não é só da esquerda e da classe trabalhadora

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CUT

Em Brasília, no lançamento de Frente Parlamentar, presidente da CUT defende que “o Brasil não pode ser uma colônia nas mãos dos Estados Unidos” e convoca todos os brasileiros à luta

 Escrito por: Vanilda Oliveira

Para ampliar a luta por um Brasil soberano, foi lançada, na quarta-feira (4), a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, do Emprego e Contra as Privatizações. O ato foi realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília.
À mesa, Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), Guilherme Boulos (Psol) e Fernando Haddad (PT), ambos candidatos à Presidência em 2018, além de parlamentares da Câmara e do Senado e representantes dos movimentos sociais participaram do ato que se estenderá até amanhã (05), em formato de seminário. Ao final, a plateia que lotava o Auditório Nereu Ramos gritou, em uníssono, “Lula Livre”.
Em sua fala, Vagner Freitas enfatizou a importância de ampliar a luta em defesa da soberania a todo o País. “Soberania é emprego, é educação, é sociedade vibrante”. Essa luta, segundo o presidente nacional CUT, não é somente dos trabalhadores e da esquerda. “A soberania é uma pauta de todos os brasileiros e brasileiras, que não nasceram para ser cidadãos de segunda classe”, disse Vagner a um auditório lotado.
Para o presidente da CUT, “todos aqueles que são pela democracia, pela soberania nacional não obrigatoriamente têm que comungar com as nossas ideias socialistas, com as ideias de quem está aqui hoje neste ato”.
“Tem muita gente no País que pode não concordar com o que nós defendemos, mas que entende que o Brasil não pode ser uma colônia nas mãos dos Estados Unidos”, afirmou.

A DEFESA DA SOBERANIA DA NACIONAL É  UMA PAUTA DE TODOS OS  BRASILEIROS E BRASILEIRAS, QUE NÃO NASCERAM PARA SER CIDADÃOS DE SEGUNDA CLASSE

– Vagner Freitas

O presidente da CUT fez questão de reforçar que a pauta da Frente Parlamentar em Defesa da Soberania deve se estender a todo o povo brasileiro, a todos que querem emprego, desenvolvimento, salário, renda.
“Esse chamamento é também para o industrial brasileiro, que quer a volta do crescimento da indústria. É para o agronegócio que anseia por reconhecimento e financiamento. É para aqueles e aquelas que entendem que o Brasil não pode ser dos banqueiros, porque temos de valorizar o Banco Central, que querem a Caixa e Banco do Brasil públicos, que a Petrobras a Eletrobras, são empresas públicas.  Para todos que defendem a que o Brasil seja soberano”
E concluiu: “Juntem-se a nós, pelo Brasil, pela democracia contra o retrocesso e contra a tirania”.
HADDAD, DILMA, LULA
A ex-presidente Dilma, além de discursar contra as privatizações de estatais como Petrobras, saiu em defesa da floresta amazônica, essencial à manutenção da soberania nacional. “Quem nunca viu aquilo não entende a grandeza do nosso país”, afirmou a petista.
Antes de inicial sua fala, Fernando Haddad leu uma carta do ex-presidente Lula na qual o ex-presidente critica o fato de o governo Bolsonaro estar entregando as riquezas brasileiras a outros países. “Bolsonaro entregou a política externa para os Estados Unidos, “Quem vai ocupar o espaço dos bancos públicos, da previdência? Quem vai fornecer ciência e tecnologia que o Brasil pode criar? Serão empresas de outros países que já estão tomando nosso mercado”, diz trecho da mensagem de Lula destacada por Haddad.
A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional surgiu da iniciativa do deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), que será o coordenador da instância. A presidência ficará a cargo da senadora Zenaide Maia (Pros-RN).
MAIORIA É CONTRA PRIVATIZAR
Na semana passada, o governo Bolsonaro anunciou a inclusão de mais nove empresas estatais que serão abrangidas pelo “programa de desestatização”, ou seja, que serão estatizadas. O pacote do governo, porém, não informa quando nem como pretende privatizar tais empresas.
De acordo com pesquisa Datafolha divulgada em janeiro deste ano, 61%, ou seja, seis em cada dez brasileiros, são contra privatizações e 57% contra redução das leis trabalhistas, duas das agendas que contribuíram à eleição de Bolsonaro.
Ao responder a pergunta “o governo deve privatizar o maior número possível de estatais?”, a maioria dos entrevistados se mostrou contrária à agenda proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes: 44% discordam totalmente da medida e outros 17% discordam parcialmente
Informe: Nesta quinta-feira a CUT realiza Plenária Sindical contra as privatizações, em Brasília. Para mais informações clique aqui.