Audiência Pública debate tarifas nos serviços de energia, água, luz, esgoto e gás

Roberto Claro

Débora Piloni

O Sinergia CUT participou na noite de ontem (02) da audiência pública “Tarifa nos Serviços Públicos” que debateu o valor cobrado pelo fornecimento de água e energia elétrica, pela coleta e tratamento de esgoto e os preços de gás e outros combustíveis. O encontro aconteceu no auditório Teotônio Vilela, na Assembleia Legislativa de São Paulo e foi mediada pela deputada Márcia Lia.
O debate contou com a participação de especialistas e sindicalistas dos serviços públicos e recursos energéticos para falar do processo de privatização e de como essa política reducionista do Estado interfere na qualidade do serviço e na alta dos preços das tarifas.
O cenário político atual e as tarifas sociais também foram discutidos durante a audiência. O encontro foi realizado pela Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Energia, Barragens, Saneamento Básico e Recursos Hídricos.
“O país tem piorado a distribuição de renda e o desemprego aumenta. A população está cada vez mais pobre e sem recursos. E, nesse contexto, mesmo tendo a fonte de energia hidráulica, que é a mais barata, nossa energia é das mais caras do mundo!”, comentou  Carlos Alberto Alves, presidente do Sinergia Campinas, em sua intervenção na Audiência Pública.
E o sindicalista apresentou a seguinte análise: “No Brasil, 65% da energia é hidráulica, sendo que, no mundo, 16,6% é dessa matriz, a mais barata e mais limpa, se comparada com gás natural, eólica, combustíveis, entre outras. Portanto, a tarifa  de energia em nosso país deveria exercer seu papel social e ter um preço mais acessível a todos. A privatização das empresas de energia tem sido a grande responsável por isso, devido à regra de composição da tarifa no Brasil”.
Uma grande preocupação do momento é com a privatização da Eletrobras,  que o governo Bolsonaro quer realizar até o fim 2020. “Essa medida trará consequências graves aos consumidores brasileiros e à soberania nacional. Sendo otimista, a primeira mudança deve ser no preço das tarifas, que deve subir no mínimo 20%”, alega Alves.
Gás
“No caso do setor do gás, estamos com 20 anos de privatização, com tarifas muito altas. É um setor que não chega para a população mais carente e, portanto, esse é o momento de repensar que o gás é também um serviço público e, como público, deve ser para  todos”, afirmou Deise Capelozza, presidenta do Sinergia Gasista e vice presidenta do Sinergia CUT.
Para fazer uma análise sobre as tarifas do gás, sua composição e ajudar a pensar sobre como avançar numa energia para todos, o gasista Djalma de Oliveira fez uma explanação com números e gráficos.
Após as mesas e exposições que abrangeram também outros temas energéticos, o microfone foi aberto para o debate ao público presente.