08 de março – Dia Internacional da Mulher

PELA PROTEÇÃO, PELA INTEGRIDADE, PELA VIDA PLENA DA MULHER

O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, mais uma vez, será marcado pelo grito geral pelo fim da violência contra mulheres, contra o feminicídio, por democracia e por direitos.

Débora Piloni

O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, mais uma vez, será marcado pelo grito geral pelo fim da violência contra mulheres, contra o feminicídio, por democracia e por direitos.

A violência continua a ser epidemia global com consequências devastadoras às mulheres, às famílias e à sociedade. O estado de São Paulo registrou 154 casos de feminicídio entre janeiro e novembro de 2019, de acordo com Secretaria Estadual da Segurança Pública.
O número representa um aumento de 29% na comparação com os 119 assassinatos do tipo contabilizados no mesmo período do ano anterior e superam as 134 mortes registradas em todo ano de 2018. O índice também é o maior já registrado desde o início da série histórica, em 2015, quando foi publicada a Lei do Feminicídio (Lei 13.104/2015).
E infelizmente a Região Metropolitana de Campinas não tem contribuído para a redução desses números. Pelo contrário. Em 2018, foram 53 assassinatos de mulheres entre 13 e 85 anos. E dos 49 municípios mapeados da região, Campinas é onde se registra mais feminicídios, com 29 dessas ocorrências.
Foram esses números alarmantes que aguçaram o Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT a realizar um levantamento mais aprofundado com o intuito de debater com as mulheres do setor energético, não só da região mas de todo o estado, a sua real condição no mundo atual. “Empoderar-se significa também não aceitar agressões. Para tanto, é preciso ter na mente, no coração e na atitude as ferramentas adequadas para esse enfrentamento”, explica Rosana Gazzolla, coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT.
Engajado nessa luta, o Coletivo fez, então, uma pesquisa baseada em reportagens e documentos de órgãos públicos que expõem definições, dados e números específicos sobre a questão do feminicídio na região de Campinas.
Para as integrantes do Coletivo de Mulheres, “apesar de esse levantamento mostrar dados mais da nossa região, ele leva a todos a pensar: como está a situação do feminicídio em minha cidade? E no meu Estado? Também induz a refletir como está, na real, a condição pessoal de cada mulher”.
A PALAVRA FEMINICÍDIO

A pesquisa começa pela definição do termo feminicídio: é uma expressão utilizada para denominar as mortes violentas de mulheres em razão de gênero, ou seja, que tenham sido motivadas por sua condição de mulher. No Brasil, é também um crime hediondo.
“É de extrema importância que todos entendam o conceito. A palavra é grande e difícil. Se não entender o seu significado, não tem como se defender ou ajudar alguém a isso”, afirmam as autoras desse estudo.
Outros termos que para elas estão correlacionados com o feminicídio e que foram devidamente explicados no documento são: desigualdade de gênero, crime hediondo e sexismo (leia no quadro).
O FIM DO FEMINICÍDIO
Para o Coletivo das Mulheres do Sindicato, o fim do feminicídio está associado, acima de tudo, a uma mudança cultural. É preciso mudar a essência do ser humano. Mudar dentro de casa, desde cedo, na educação dos filhos, do marido, da esposa. Porque falta tolerância na sociedade.
E Rosana Gazzolla completa que nessa questão tão delicada e triste, importa pensar no gênero como explicação para parte dos homicídios de mulheres. “Para termos uma sociedade não sexista, não racista e igualitária, é preciso que as instituições, que os poderes da nossa sociedade não sejam sexistas e racistas”, afirma.
E, mesmo com todas as pedras no caminho, o Coletivo de Mulheres do Sinergia CUT desafia às companheiras nesse 08 de Março de 2020 a não desistirem dessa batalha por um mundo melhor: “Vamos continuar lutando por uma sociedade igualitária. Temos que resistir. Somos mulheres. Porque resistência tem nome de mulher!”.