“O Brasil precisa parar Bolsonaro” é a mensagem dos panelaços deste 31 de março

CUT, centrais e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocam população a mais um panelaço em resposta aos discursos e ações de Bolsonaro, que vão na contramão de medidas de prevenção ao novo coronavírus

Divulgação frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

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CUT, centrais e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocam população a mais um panelaço em resposta aos discursos e ações de Bolsonaro, que vão na contramão de medidas de prevenção ao novo coronavírus

Publicado: 31 Março, 2020 – 11h45 | Última modificação: 31 Março, 2020 – 11h52

Escrito por: Érica Aragão

Divulgação frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo
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Com a mensagem “o Brasil precisa parar, Bolsonaro”, a CUT, centrais e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, artistas e personalidades estão convocando a população para um panelaço nas janelas nesta terça-feira (31), às 20h30, em defesa da vida e contra a postura do governo de Jair Bolsonaro de ignorar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OSM) de isolamento social para conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) que já matou mais de 39 mil pessoas no mundo e mais de 160 no Brasil, e sair por Brasília provocando aglomerações e dar entrevistas contra a quarentena, gestos e falas que podem levar milhares de brasileiros à morte.
Os atos serão uma resposta à campanha “o Brasil não pode parar” produzida por Bolsonaro contra o isolamento social que já foi inclusive proibida pela Justiça brasileira que determinou que o governo tirasse do ar as peças que estavam sendo publicadas nas redes sociais do governo.
Em matéria sobre o panelaço, publicada pelo Jornal Valor Econômico desta terça-feira, vários sindicalistas e lideranças dos movimentos sociais chegaram a dizer que o “Fora, Bolsonaro” é um dos gritos de guerra desta terça e o presidente da CUT, Sérgio Nobre, endossou afirmando que ou ele renuncia ou tem de ser impedido de comandar o país.
Que Bolsonaro renuncie. Se não renunciar, que seja impedido

– Sérgio Nobre

As lideranças sindicais, de movimentos sociais e de partidos sugerem que durante o ato a população use cartaz, placas e faixas nas janelas para pedir a Bolsonaro que leve mais a sério o tratamento da pandemia do novo coronavírus.
A data foi escolhida pelo movimento para contrapor o 31 de março de 1964, quando o país sofreu um golpe civil e militar e que deu início a ditadura militar no país que durou 21 anos. No período muitos foram assassinados por discordar do governo, outros foram torturados, sumiram, foram exilados.
Ataque à jornalistas
Nesta terça, Bolsonaro voltou a hostilizar repórteres em entrevista coletiva na saída do Palácio da Alvorada com ajuda de apoiadores.
A hostilização coletiva aconteceu quando repórteres perguntaram sobre a postura do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que tem dado orientações contrárias às de Bolsonaro durante a crise do coronavírus e tem mantido a posição firme sobre a importância do isolamento e Bolsonaro reagiu incentivando o apoiador a falar e mandando que os jornalistas ficassem quietos.
#DitaduraNuncaMais
Desde as primeiras horas do dia a #DitaduraNuncaMais no Twitter já era o primeiro assunto mais comentado no Brasil e o terceiro no mundo. A hashtag é para lembrar os 56 anos do Golpe Civil e Militar que assombrou o país por 21 anos.
O Deputado Federal, Paulo Pimenta (PT), postou em seu Twitter sobre o tema junto com um vídeo com trechos de documentários que contam a história do golpe:
“Em 31 de março de 64, um golpe militar, com o apoio dos Estados Unidos, derrubou um presidente eleito, acabando com as liberdades, prendendo, torturando e assassinando. Em um governo repleto de militares precisamos lembrar para que não se repita”.
divulgaçãodivulgação
O líder do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, escreveu que “hoje completam 56 anos do golpe de 1964. Marco de autoritarismo, torturas e perseguição covarde. Marco para a democracia brasileira foi o movimento das Diretas, que encerrou essa noite sombria de 21 anos”.