Pesquisas mostram erosão na popularidade de Bolsonaro e apoio ao isolamento social para combater o coronavirus

Profissionais da Saúde gozam de alta aprovação perante a sociedade de acordo com pesquisas

Elias Aredes Junior

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela XP Ipespe– veiculado ao mercado financeiro- demonstra que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, está perdendo a narrativa em relação a forma de prevenção da pandemia do coronavirus. De acordo com o levantamento, 42% da população consideram o governo ruim ou péssimo enquanto que 28% avaliam como bom ou ótimo. No início de março, o contingente era de 30% e o ruim e péssimo estava em 36%. Outros 27% consideram a atuação regular.
Defensor do isolamento vertical, só para os grupos de risco, a pesquisa traz péssimas noticias ao Presidente. Para 80% dos entrevistados, o isolamento social é a melhor forma de evitar o contágio do vírus.
Em contrapartida, a atuação dos governadores só recebe elogios, pois 44% dos entrevistados consideram a atuação boa ou ótima, 37% regular e 15% como ruim ou péssima. O Congresso Nacional também melhorou sua cotação pois saiu de 13% para 18% de bom ou ótimo enquanto que o ruim e péssimo está em 32% e o regular está em 45%.
A estratégia de Bolsonaro em queimar o atual ministro da Saúde, Henrique Mendetta, também revelou-se infrutífera. Para 68% dos entrevistados, o atual titular da pasta e a equipe do ministério mostram uma atuação boa ou ótima. Paulo Guedes recebe 37% de aprovação e 18% de reprovação.
Os profissionais da saúde, no entanto, são aqueles que detém a maior credibilidade perante a população com 87% de aprovação.
A pesquisa foi realizada com 1000 entrevistas de abrangência nacional nos dias 30, 31 e 01º de abril. A margem de erro é de 3,2% percentuais para mais ou menos.
No Datafolha, a vida do presidente também não está fácil. Para 39% dos 1.511 entrevistados, a atuação de Bolsonaro na crise sanitária é ruim ou péssima. Já os governadores tem aprovação de 58%, mesmo percentual ostentado pelos prefeitos.
Mais: para 51% dos entrevistados, o Presidente da República mais atrapalha do que ajuda no combate ao vírus.