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Bolsonaro demite diretor da Polícia Federal indicado por Sergio Moro

Demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, expõe ruptura entre Bolsonaro e Moro, que tem seus planos político e sua permanência como ministro prejudicados

Rodrigo Felix Leal/ANPr

Redação RBA

Demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, expõe ruptura entre Bolsonaro e Moro, que tem seus planos político e sua permanência como ministro prejudicados
Rodrigo Felix Leal/ANPr

Demissão de diretor-geral da PF torna casamento político entre Moro e Bolsonaro uma fratura exposta

Bolsonaro desenvolve um conexão direta com seus seguidores por meio das redes sociais. Quando lhe faltam convicções, lança um balão de ensaio, testa a repercussão e depois dá o passo seguinte. Ou um passo atrás. Foi assim com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.
Com Sergio Moro o vai-não-vai é mais antigo. E mais complexo.
O presidente da República tem nas costas um processo de investigação relacionado à fraude eleitoral pelo uso indevido de dinheiro empresarial e do disparo ilegal em massa de fake news em redes. E tem em casa três filhos envolvidos em condutas que não combinam com defensores da moral e dos bons costumes. Da suspeita de contratação de assessores para desviar-lhes os salários – a chamada rachadinha – a de articulação de um gabinete do ódio.
Sergio Moro tem seu cálculo político prejudicado. Não conseguiu manter as aparências do casamento político até a próxima nomeação para o Supremo Tribunal Federal. Ou se demite e abre mão de uma caneta que proporciona poderes em torno de uma vasta estrutura ministerial. Ou se arrasta por mais um tempo, um tanto mais desmoralizado e desgastado – depois de se associar ao que tem de pior na política para avançar algumas casas no jogo do poder.
A demissão de Maurício Leite Valeixo se concretizou sem que houvesse ainda um substituto a ser apresentado.