Para o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que disputou o segundo turno das eleições contra Bolsonaro, “não faz diferença” o nome que venha a substituir Teich à frente do ministério, dada a fritura daqueles que ousam discordar do chefe. E entrar alguém que não discorde, pior ainda. Já o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, antecessor de Teich, recomendou isolamento, “fé” e “ciência”.
“Cloroquina” também figurou entre os temas mais polêmicos, em função da resistência de mais um ministro em acatar a vontade de Bolsonaro na defesa da utilização do medicamento, sem eficácia comprovada, no tratamento de pacientes com a covid-19.
A pesquisadora Monica de Bolle, conhecida por seu pensamento liberal e que tem defendido ação forte no Estado no combate à pandemia, retuitou uma crítica à comparação indevida feita ontem por Bolsonaro. O presidente voltou a pregar o fim do isolamento, como fez o país nórdico, que tem entretanto elevada taxa de letalidade pela covid-19.
Para contra-atacar, bolsonaristas e robôs voltaram a subir a hashtag #ACulpaÉdaChina, com ataques preconceituosos que responsabilizam o país pela disseminação da doença. Mas o tema também reverteu contra, com críticas a Bolsonaro.
Confira reações
#ACulpaÉDaChina
Sim …é mesmo !! pic.twitter.com/DuLnt44xdW— João Mikhail ?BR??BR? (@joomikhail) May 15, 2020
Quem será o próximo ministro da Saúde? Tanto faz, enquanto Bolsonaro estiver presidente.
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) May 15, 2020
Oremos. Força SUS. Ciência. Paciência. Fé! #FicaEmCasa
— Henrique Mandetta (@mandetta) May 15, 2020
A confusão que Bolsonaro cria é única no planeta. Espero que as instituições julguem o quanto antes a produção de tantos desastres, entre os quais a demissão de DOIS ministros da Saúde em meio a uma gigantesca crise sanitária. O Brasil merece uma gestão séria e competente.
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) May 15, 2020
O mundo está planejando como sair da quarentena sem que a saúde colapse e mais pessoas morram. O Brasil está trocando de Ministros da Saúde por causa da Cloroquina. #ForaBolsonaro
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) May 15, 2020
O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu exoneração nesta manhã. E assim, com método e paciência, Bolsonaro vai destruindo o Brasil e semeando a morte e o descrédito.
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) May 15, 2020
Depois das saídas de Mandetta e Nelson Teich do Ministério da Saúde, Bolsonaro está deixando claro que só exige duas coisas do próximo ministro: fé na cloroquina e na terra plana. O que menos importa para o presidente nessa pandemia é a saúde e a vida dos brasileiros.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) May 15, 2020
Mais um ministro saí do governo, agora foi Nelson Teich.
Bolsonaro ignora a ciência, a pesquisa, o número de óbitos, querendo impor medicamentos q ele desconhece a eficácia. Sempre coloca seu ego acima do teor 'técnico' q ele mentirosamente defendeu nas eleições.
— Zeca Dirceu (@zeca_dirceu) May 15, 2020
Falava sobre isso ontem. Disse que Teich não duraria, que pediria demissão. Nenhum ser humano equilibrado pode fazer parte de um governo que ignora a ciência. https://t.co/52O3Oe31eD
— Túlio Gadêlha (@tuliogadelha) May 15, 2020
É desesperador é insuportável é inconcebível.
— Leandra Leal ??? (@leandraleal) May 15, 2020
https://twitter.com/delucca/status/1261312790259785728
A Suécia não é exemplo ??. https://t.co/R0lD3J3Aro
— Monica de Bolle, PhD (@bollemdb) May 15, 2020
Escrito por: Tiago Pereira, da RBA