Nota da CUT-SP

CUT-SP reforça defesa intransigente da democracia

Diante das constantes ameaças fascistas, são legítimas as manifestações em defesa da democracia plena e a luta por direitos

Arte: Maria Dias/CUT-SP

Redação CUT-SP

 
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A Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP) manifesta seu repúdio à nova escalada de ataques à democracia brasileira e suas instituições. No último final de semana, assistimos a mais uma manifestação de grupos defensores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que saíram às ruas para pedir o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e a tomada do poder por meio de um golpe militar. Os atos contaram com o apoio, inclusive, do próprio presidente.
Em Brasília, na madrugada de sábado (30) para domingo (31), um grupo com cerca de 30 pessoas caminharam em direção ao STF entoando gritos ameaçadores, com tochas e máscaras. Apesar de insignificante em seu tamanho, os elementos usados pelo movimento lembraram atos da Ku Klux Klan, grupo supremacista estadunidense, e do período nazista de Adolph Hitler. Já no início da tarde de domingo, outro se concentrou em frente ao Planalto, empunhando bandeiras com frases de ataque aos poderes constituídos.
Entretanto, no mesmo domingo, grupos historicamente rivais de torcidas organizadas se uniram para, nas ruas, contrapor os defensores do golpe militar. Em São Paulo, na Avenida Paulista, e no Rio de Janeiro, em Copacabana, os grupos de torcedores pediram o respeito à democracia e à Constituição. Também houve manifestações contra a morte de João Pedro, jovem negro de 14 anos, morto em operação policial enquanto estava em sua casa em 18 de maio.
Mas diferente dos atos antidemocráticos, todas as ações que pediam respeito ao Estado Democrático de Direito e justiça por João Pedro foram fortemente reprimidas pela Polícia Militar, que usou bombas de efeito moral e a tropa de choque contra os manifestantes, ao passo que os grupos bolsonaristas protestavam sem serem incomodados – mesmo com integrantes portando arma branca e utilizando bandeiras com referências criminosas.
A impressão que se tem é de que os governadores estão perdendo o controle de suas corporações para grupos bolsonaristas, a exemplo do motim de PMs ocorrido no Ceará. Por isso, entendemos que os governos de João Doria (PSDB) e Wilson Witzel (PSC) precisam urgentemente explicar os critérios que as polícias, sob seus comandos, utilizam para impedir o livre direito à manifestação, sobretudo as de caráter constitucional e onde seus participantes respeitaram os cuidados de saúde, com o uso de máscaras durante o ato.
Diante das constantes ameaças fascistas, são legítimas as manifestações em defesa da democracia plena e a luta por direitos. A CUT-SP não somente reforça seu posicionamento intransigente em defesa pela luta, como tem atuando em diversos campos – inclusive no diálogo com parlamentares e líderes do executivo – para encontrar a melhor saída para esta crise política, econômica e institucional, que atinge trabalhadores e trabalhadoras de todo Brasil.
CUT São Paulo

Escrito por: Redação CUT-SP