A crise hídrica que assola o Sul do país já provocou a paralisação ou intermitência de 18 hidrelétricas nas duas principais bacias do subsistema, dos rios Iguaçu e Uruguai, com os reservatórios operando somente para a manutenção de restrições ambientais ou de outros usos d’água, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) durante a 9ª reunião da Sala de Crise da Região Sul, realizada na última quinta-feira (04) para avaliar os impactos da seca e buscar soluções para os problemas advindos com o fenômeno
No rio Uruguai, que possui 28% do armazenamento, os aproveitamentos de Garibaldi (SC), Campos Novos (SC), Barra Grande (RS/SC), Machadinho (RS/SC), Itá (RS/SC), Foz do Chapecó (RS/SC), Passo Fundo (RS), Monjolinho (RS) e Quebra-Queixo (SC) também estão com a geração suspensa ou com operação intermitente em virtude da estiagem.
Patamar mantido até 18 de junho – Durante o encontro, realizado por videoconferência, foi recomendada a manutenção do teste de redução da defluência mínima da UHE Foz do Chapecó (RS/SC), localizada no rio Uruguai, no patamar de 150m³/s até 18 de junho, data da 10ª reunião, quando será realizada nova avaliação sobre o tema.
A redução temporária busca prolongar o armazenamento de água na barragem e nos reservatórios acima e para manter por mais tempo as condições para os diversos usos hídricos abaixo da barragem. A Agência Nacional das Águas (ANA) ressaltou que o teste poderá ser interrompido caso sejam identificados impactos, especialmente para as captações de abastecimento público.
Por sua vez, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou que as chuvas de maio permitiram à região alcançar níveis próximos à média esperada para o período, e apontou recuo nas chuvas abaixo da média no Sul entre abril e maio. Além disso, o Centro apresentou previsão pluviométricas significativas para os próximos sete dias em toda a região e em bacias hidrográficas importantes, afirmando também que a tendência para as demais semanas de junho aponta para valores mensais totais próximos da média esperada, mas que não devem ser suficientes para resolver a crise hídrica.
Escrito por: Henrique Faerman, da Agência CanalEnergia