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Juntas pela vida das mulheres, contra abuso e violência é tema da Live da CUT dia 20

Dirigentes da Central e artistas como Dira Paes, Fernanda Takai e Leci Brandão e deputadas como Érica Kokay e Gleisi Hoffman são algumas das mulheres que estarão na live que será ancorada por Preta Ferreira

Arte: Mgiora

Érica Aragão, da CUT

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No próximo sábado (20), uma diversidade de mulheres vai discutir os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na vida das mulheres. Serão abordadas questões relacionadas à economia, saúde, trabalho remunerado e em casa, em época de isolamento social com filhos tendo aulas por meio da Internet, e também os diversos tipos de violência sofridos pelas mulheres com ou sem emergência sanitária.
A partir das 14 horas, a live #Juntas pela vida das mulheres contra abuso e violência será transmitida pelo Portal CUT e pelas páginas da Central no  Facebook e Youtube. Os canais da TVT e a Rádio Brasil Brasil Atual (98,9) também transmitirão o evento, que tem previsão de 3 horas de duração.
A transmissão ao vivo também terá solidariedade, com arrecadação de doações através de um QR Code. As doações serão entregues para trabalhadores domésticas e outras populações que estejam precisando. Isso ainda vai ser avaliado pela direção da CUT.
A cantora, atriz e liderança do movimento social por moradia, Preta Ferreira será âncora da live que terá representação da diversidade de mulheres do país. As mulheres trabalhadoras, do campo e da cidade, quilombolas, indígenas, químicas, do movimento de moradia, condutoras, trabalhadores domésticas, catadoras, bancárias, as profissionais da saúde, do comércio e parlamentares terão espaços especiais na atividade.
Divulgação
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“Neste momento de muitas dificuldades para poder ir às ruas é fundamental e muito importante o processo de mobilização que estamos fazendo pelas lives e pelas redes sociais para denunciar a situação em que vivem as mulheres brasileiras e engrossar o coro pela chamada ‘fora, Bolsonaro’, afirma a secretária-Geral da CUT, Carmen Foro.
“E este foi o meio que achamos para continuar fazendo um processo de esclarecimento à sociedade e de mobilização das mulheres, porque somos nós que temos carregado as maiores dificuldades dessa pandemia”, disse.
A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, disse que as mulheres da CUT decidiram fazer esta live nos moldes do 1º de maio, que foi um sucesso, e o objetivo é dar visibilidade aos impactos da pandemia na vida das mulheres, com especialistas e pesquisadoras, mas também com a participação de mulheres que estão em variados locais de trabalho para contar o que estão vivendo e quais são as experiências que estão passando neste momento tão delicado que o mundo vive, principalmente no Brasil.  
Ela conta que a decisão de fazer esta atividade foi baseada nas inúmeras denúncias das trabalhadoras de base sobre assédio, o aumento da exploração e do aumento do número da violência.
“O que nos levou a fazer este debate foi o aumento em 50% do número de violência doméstica, porque as mulheres estão trancadas em casa com seus agressores neste isolamento social. Além disso, recebemos muitas denúncias em relação ao assédio que mulheres estão sofrendo e a volta escancarada da escravidão, porque muitas empregadoras estão trancando as trabalhadoras domésticas em suas casas, por exemplo. São consideradas essenciais, mas na hora de pagar seus direitos não, e isso a CUT não pode permitir”, explica Juneia.
A dirigente também conta que outra coisa que preocupou as mulheres CUTistas e que vai ser debatido na live é sobre as trabalhadoras que estão na linha de frente no combate ao coronavírus e estão adoecendo, se contaminando e até morrendo por falta de proteção e segurança.
A live terá 6 blocos e se dividirá por temas: o primeiro será uma apresentação da atividade, convidadas e temas, depois virão assuntos como “o trabalho das mulheres em tempo de pandemia”, “a desproteção e os impactos na saúde das mulheres em tempos de pandemia”, “o trabalho de cuidados, a dupla jornada e seus impactos para as mulheres”, “violência e desigualdades de gênero e raça na pandemia” e por último e não menos importante “pela vida das mulheres com trabalho, emprego, renda e democracia”.  
A socióloga no Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adriana Marcolino, vai participar da live e vai falar sobre o “trabalho home office e o cuidado de crianças e idosos”.
Segundo ela, será muito importante este debate porque as mulheres já se encontravam em situações mais precárias nas relações de trabalho, principalmente as mulheres negras e pensar os impactos destes “novos” modelos de organização de trabalho é fundamental para a luta de um mundo menos desigual.
Ela conta que durante a pandemia esta desigualdade ficou ainda mais exposta e que o pós-isolamento será ainda pior porque, no trabalho a distância, que muitas empresas já disseram que vão continuar, é preciso discutir o aumento da jornada das mulheres e como ficará o cuidado das crianças e de idosos “já que muitas creches e escolas podem voltar só em agosto e ainda com sistemas de rodízio. Fora as do comércio e da saúde, que já tiveram que retornar e nem tem onde deixar suas crianças”.
“As mulheres já estão nos empregos mais precários, com salários inferiores e as mais desempregadas também. E com certeza que com a crise atual será preciso ainda mais pensar em políticas de proteção especificas para mulheres, porque com esta reabertura e flexibilização ninguém está pensando nos impactos na vida das mulheres”, afirmou Adriana.
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Dirigentes da Central, Dira Paes, Ellen Oléria, Fernanda Takai, Leci Brandão, Érica Kokay e Gleisi Hoffman são algumas das mulheres que estarão na Live e Junéia conta da importância do debate político, mas também de ter muita música, poesia e solidariedade.
“A live terá muito debate para construirmos formas de melhorar o mundo das mulheres, mas também foi pensada para ter momentos mais leves, porque o que estamos passando tá muito pesado. Vai ter músicas, poesia e arrecadações para ajudar quem precisa e as artistas que estarão conosco nesta atividade são mulheres comprometidas com a luta e com apolítica e a gente trouxe elas para trazer cultura e poesia”, finaliza Juneia.
Escrito por: Érica Aragão, da CUT