Abaixo assinado para cobrar impeachment de Bolsonaro está no ar

Campanha tem por objetivo coletar assinaturas para pressionar Rodrigo Maia, presidente da Câmara, a dar entrada em processo de impedimento de Bolsonaro

Redação CUT

Campanha tem por objetivo coletar assinaturas para pressionar Rodrigo Maia, presidente da Câmara, a dar entrada em processo de impedimento de Bolsonaro

Escrito por: Redação CUT

A Frente Fora Bolsonaro, que reúne uma série de entidade, entre elas a CUT, lançou o manifesto “Impeachment Já”, para a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado que será entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), exigindo a abertura do processo de impedimento de Jair Bolsonaro (ex-PSL).
Para assinar o manifesto, lançado na sexta-freira (19), basta acessar Frente Fora Bolsonaro e preencher com o nome completo e e-mail. Há também um campo – não obrigatório – onde o cidadão pode informar se pertence a alguma entidade ou movimento social. Para confirmar a assinatura também é necessário clicar em “não sou um robô”

O manifesto é encabeçado por representantes de movimentos sociais, organizações da sociedade civil, artistas, intelectuais, juristas e partidos políticos, e tem o objetivo de pressionar Rodrigo Maia a colocar em tramitação os pedidos de impeachment de Bolsonaro por crimes de responsabilidade, atentando à saúde pública, ataques à democracia e ataques à vida dos brasileiros e brasileiras por sua inércia no combate ao coronavírus.
O Presidente da CUT, Sérgio Nobre, lembra que o Brasil já é o segundo colocado no ranking mundial de mortes pela Covid-19, com mais de 50,6 mil mortes provocadas pela doença, e não é mais possível continuar com esse governo.
“Passamos de 50 mil mortes e o que temos é um presidente que não respeita ninguém, não respeita a memória das vítimas da doença, nem suas famílias”, diz o dirigente.
Sérgio Nobre diz ainda que o Brasil nunca viveu um momento tão dramático como o atual e que Bolsonaro não pode continuar governando o país. “Ele deveria se declarar incompetente para gerenciar a crise, sair e chamar novas eleições para que o país possa ter perspectiva de sair dessa situação, poupando vidas e empregos”, diz o presidente da CUT
Mas, um “ato de grandeza” da parte de Bolsonaro, para evitar que o país passe novamente pelo trauma de um processo de impeachment, conforme aponta Sérgio Nobre, é algo que o presidente não fará.
Por isso, o esforço da CUT, centrais sindicais e movimentos sociais, para pressionar Rodrigo Maia e dar um basta no sofrimento do povo brasileiro, em especial trabalhadores e trabalhadoras mais pobres, que são as maiores vítimas dos ataques aos direitos e da falta de políticas que protejam a classe trabalhadora.
“Se queremos gerar empregos, queremos voltar a sermos felizes, com crescimento econômico, com cuidados e atenção à vida, temos que tirar Bolsonaro do poder, e vai ser com luta e organização da classe trabalhadora que vamos vencer”, afirmou Sérgio Nobre.

Manifesto em defesa da vida, do emprego e da democracia – IMPEACHMENT JÁ!

O manifesto reforça que milhares de vidas poderiam ter sido salvas durante a pandemia do novo coronavírus se o Bolsonaro tivesse respeito pela vida humana. Destaca também a política neoliberal e entreguista de seu governo que ataca direitos, entrega o patrimônio nacional e ameaça instituições democráticas.  “O Brasil e a democracia não podem mais conviver com Jair Bolsonaro na Presidência da República”, diz o trecho inicial do documento.
Até o fechamento deste texto, quase 62 mil pessoas já haviam assinado o manifeto.
Léia a íntegra:
O Brasil e a democracia não podem mais conviver com Jair Bolsonaro na Presidência da República. Seu governo é o maior responsável pela tragédia da pandemia em nosso país. Pela morte de milhares de brasileiras e brasileiros que poderiam ter sido salvos se ele tivesse respeito pela vida humana.
No mundo inteiro governos estão ajudando as empresas na crise e até pagando salários. Aqui, Bolsonaro incentiva demitir e manda reduzir salário. Dá bilhões aos bancos e deixa quebrar as pequenas empresas. E no pior momento da crise ameaça cortar os R$ 600, um direito que ele só pagou por pressão do povo e da oposição.
Seu governo arrochou o salário, aumentou o desemprego e a maioria vive hoje na incerteza, sem carteira e sem direitos. Tirou dinheiro do SUS, da educação, da agricultura familiar e até do Bolsa Família. Deixou a fome voltar ao país.
Bolsonaro é uma ameaça à vida de negros e negras, a maioria da população que sofre com o racismo da sociedade brasileira desde a escravidão e são as maiores vítimas da pandemia e da violência que ele prega. Despreza mulheres, que sentem sobre seus ombros o peso do sustento da vida, a realidade da fome e ainda muitas vezes convivendo com a violência sexista sem ter a quem pedir socorro.
Despreza indígenas e pessoas LGBT. Persegue os artistas, professores, a cultura.
Falso patriota, entrega nossas riquezas, destrói a Amazônia e bate continência para a bandeira dos Estados Unidos. É fascista, racista e machista. Pratica o ódio e o preconceito.
Bolsonaro é o maior inimigo da democracia e não esconde que quer se tornar ditador. Quer sufocar a liberdade, calar a oposição e armar suas milícias contra o povo. Quer ter poder acima da lei e acima de todos.
O que ele já fez e ameaça fazer contra as instituições, a sociedade e a democracia é crime de responsabilidade, previsto na Constituição para ser punido com impeachment. E seu mais cruel crime de responsabilidade é a morte de milhares de pessoas, vítimas de um presidente que ignorou a ciência, sabotou o combate à pandemia, mentiu para o país e fez piada da tragédia que se abateu sobre nosso povo.
Por isso, o presidente da Câmara, sr. Rodrigo Maia, tem o dever com o país de iniciar já a tramitação dos pedidos de impeachment de Bolsonaro. E a Justiça Eleitoral tem o dever de julgar a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, pelas Fake News espalhadas em massa e pagas com caixa 2 em 2018.
O Brasil diz “Fora Bolsonaro”, nas janelas, nas redes sociais, em manifestos pela democracia.
E mesmo com pandemia, crescem os protestos nas ruas contra o fascismo, o racismo, a revogação dos direitos sociais, o corte de verbas da saúde e educação e o teto de gastos, em manifestações que merecem todo apoio e solidariedade.
As crises nunca nos impediram de sonhar com um país mais justo e democrático. Nesta pandemia, nosso povo confirma que é solidário, criativo, e saberá avançar em sua luta para construir uma sociedade que lhe garanta vida digna, que lhe proporcione paz. Essa luta tem, agora, um primeiro passo que é interromper imediatamente esse governo de ódio e destruição.
O Brasil não pode mais esperar.
Fora Bolsonaro!
Votação do Impeachment Já!