Sociedade

Atos denunciam desastrosa política ambiental de Bolsonaro; Confira agenda de SP

Na manhã desta terça (22), presidente mentiu durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU ao afirmar que as queimadas são provocadas pelos povos tradicionais

Takumã Kuikuro/Fotos Públicas

Terra Indígena do Xingu, no nordeste de Mato Grosso, também é atingida pelas chamas

Rafael Silva - CUT São Paulo

Em meio ao maior incêndio já registrado na história do Pantanal, que já devastou 20% de sua cobertura vegetal e tem ameaçado a vida animal, bem como o aumento nas queimadas e na destruição da Amazônia e do Cerrado, movimentos sociais e sindical do Brasil se unem nas ações do Ato Global em Defesa do Meio Ambiente programadas para a próxima sexta-feira, 25, em diversas cidades do país e pelo mundo.
Em São Paulo, o ato está marcado para ocorrer a partir das 17h em frente à sede do Ibama, na Alameda Tietê, 637, nos Jardins, com apoio da CUT-SP e as demais entidades que compõem a Coalização Pelo Clima. Mas além dessa atividade presencial, outras ações virtuais completam a Semana Climática Mundial com denúncias sobre a condução política do governo de Jair Bolsonaro no tema, que tem negado as queimadas, restringido-as a “pequenos focos”.
Nas redes sociais do Fórum Popular da Natureza será possível acompanhar, ao longo de toda a semana, debates que irão destacar ações voltadas ao combate a destruição ambiental, sobre consumo e práticas saudáveis (clique aqui para conferir).
Desmatamento
Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) foram registrados neste ano 15.756 focos de calor na região do Pantanal, o maior já registrado na história desde que a medição passou a ser feita, em 1998. As áreas destruídas representam quase 10 vezes o tamanho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas. Levantamento feito pela Repórter Brasil aponta que as queimadas, que já duram dois meses, tiveram origem em fazendas de pecuaristas que vendem gado para fornecedores de gigantes como JBS, Marfrig e Minerva.
Já o desmatamento da Amazônia está, há dois anos, fora de controle, com alta de 34% na taxa oficial, em 2019, e de mais 34% nos alertas em 2020, também de acordo com o Inpe. As queimadas na Amazônia já superam as do ano passado, mesmo após quatro meses de ação do Exército na região.
Menos abordado pelos veículos de mídia, o Cerrado também sofre com o avanço do desmatamento provocado, principalmente, pelo setor agropecuário, que já ocupa 40% de suas terras, segundo estudo da organização não-governamental WWF-Brasil.
Os grandes responsáveis pelo atual estado de destruição do meio ambiente no Brasil é a ganância do setor do agronegócio, com sua sede infinita por novas terras para a agricultura e pecuária, e do o desmonte da gestão ambiental de Jair Bolsonaro e do ministro Ricardo Salles.
Apesar disso, na manhã desta terça (22), Bolsonaro mentiu durante seu discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU ao afirmar que as queimadas são provocadas pelas populações ribeirinhas, quilombolas e indígenas. “Os incêndios acontecem, praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas”, disse.
Secretária de Meio Ambiente da CUT-SP, Solange Ribeiro criticou a fala do presidente e alertou para a necessidade de reação da classe trabalhadora. “Bolsonaro fez uma fala criminosa e mentirosa. Ele e sua equipe estão empenhados na destruição de nossas florestas com objetivo de fortalecer o agronegócio e impedir esse avanço é crucial para a nossa sobrevivência. Precisamos colocar a pauta ambiental como algo emergencial, assim como os trabalhadores precisam discutir a transição justa, que garantirá, inclusive, os empregos no futuro”, afirma a dirigente.
Escrito por: Rafael Silva – CUT São Paulo