Transferência de gerenciamento

Mudança no plano de previdência da Elektro: mudar pra quê?

Elektro comunica a Vivest sobre a transferência do Plano de Previdência PSAP para a Néos Previdência Complementar. Na CS 2019, após grande debate, a empresa retirou essa proposta garantindo uma discussão futura. Mas, na CS 2020, não tocou mais no assunto

Nice Bulhões, com informações do GT de Fundações

No último dia 11, através de carta, a Elektro informou à Vivest, nova denominação da Fundação Cesp (Funcesp), que fará a transferência da administração do plano PSAP Elektro, de Benefício Definido (BD), para a Néos Previdência Complementar.
Para o Sinergia CUT, este assunto não é tão simples assim, porque envolve o futuro de milhares de trabalhadores ativos e poderá prejudicar, principalmente, os atuais assistidos, que muito contribuíram para garantir mais renda e dignidade na sua aposentadoria.
Portanto, esta entidade sindical solicitará as informações necessárias e mais esclarecimentos, bem como tomará todas as providências cabíveis. O objetivo é manter ou garantir o mesmo plano de previdência para a categoria.
Quem é a Néos
A Néos foi concebida pela Neoenergia, controlada pelo grupo espanhol Iberdrola e da qual a Previ, a maior fundação de previdência privada brasileira, detém 30,29% do capital. Em 30/07/2018, a Portaria da PREVIC nº 727 aprovou a constituição e autorizou o funcionamento da Néos Previdência Complementar.
No dia 18/06/2020, a Portaria nº 421 autorizou a incorporação da Fundação COELBA de Previdência Complementar (Faelba), da Fundação CELPE de Seguridade Social – CELPOS, e da Fundação COSERN de Previdência Complementar (Fasern), pela Néos Previdência Complementar. Hoje, ela administra estes três planos.
Plano de saúde ainda na Vivest
Vale lembrar que a Campanha Salarial de 2019 entre o Sindicato e a Elektro foi a mais longa e difícil para os trabalhadores da empresa, porque para transferir o plano de previdência para a Néos, primeiro tinha que ser retirado o plano de saúde da Vivest, o que foi feito a duras penas, depois de muita resistência, num período de 11 meses e com nove audiências de mediação no Tribunal Regional de TRabalho (TRT) de Campinas.
A migração gradativa do plano de assistência médica e odontológica da Vivest para a Bradesco/Unimed começou em 1º de junho deste ano e sua previsão máxima de conclusão é até dezembro deste ano, ou seja, não foi concluída ainda.
Outro destaque nas negociações de 2019, depois de muito debate, precisamente na reunião de 30/05/2019, foi a retirada por parte da Elektro da discussão do novo Plano de Suplementação de Aposentadoria (Néos) que estava em seu pacote de maldades.
Na ocasião, a empresa afirmou que este tema não seria objeto de discussão e negociação naquela data-base. Estranhamente de lá pra cá, o Sinergia CUT não foi mais procurado pela empresa para tratar do assunto.
Previc precisa autorizar
A Vivest, ao comunicar a decisão da Elektro, informou em seu site que, “ao final desse processo, que envolve uma série de levantamentos de dados e preparação de documentos e que precisará passar pelo crivo da PREVIC, órgão regulador e fiscalizador das entidades fechadas de previdência complementar – (…) deixará de atender ativos, aposentados, pensionistas, coligados e autopatrocinados da empresa”. De acordo ainda com este comunicado da Vivest, “o total de patrimônio administrado pela Vivest, de R$ 31,9 bilhões, a Elektro corresponde a 5,5%, ou seja, R$ 1,7 bilhão.”
Com isso, a Neonergia, que incorporou a Elektro Holding, terá R$ 1,7 bilhão para administrar em sua própria entidade fechada de previdência. A Vivest ocupa o quarto lugar em termos de patrimônio no país, já a nova Néos está entre os 35 maiores nomes do segmento.
Embora a transferência de plano de aposentadoria seja regulamentada pela Resolução nº 25, de 13/09/2017, do Conselho Nacional de Previdência Complementar, fica o questionamento do porquê da mudança do Plano de Previdência da Vivest, uma entidade histórica e sólida no mercado com mais de 50 anos de existência com práticas de governança corporativa e controle social como os Conselhos Deliberativos, Fiscal e seus respectivos Comitês Gestores dos ativos e assistidos, permitindo transparência e controle na gestão da grana dos trabalhadores.
O Sindicato orienta todos os trabalhadores e aposentados a não assinarem nada sem consultar a entidade sindical. Aguardem mais informações!

Por: Nice Bulhões, com informações do GT de Fundações