2020… que ano foi esse?

Para encerrar um ano tão atípico, fazer um balanço e definir as estratégias de luta para 2021, dirigentes do Sinergia CUT estão juntos, de forma remota, na Reunião de Direção Colegiada do Sinergia CUT Kjeld Aagard Jakobsen, que ocorre entre esta sexta (18) e o sábado (19)

Débora Piloni

Para encerrar um ano tão atípico, fazer um balanço e definir as estratégias de luta para 2021, dirigentes do Sinergia CUT estão juntos, de forma remota, na Reunião de Direção Colegiada do Sinergia CUT Kjeld Aagard Jakobsen, que ocorre entre esta sexta (18) e o sábado (19)

Que ano foi esse? Talvez essa seja a pergunta que mais tem sido feita nesse mês de dezembro, quando todo mundo se dá conta de que o ano chegou mesmo ao fim e parece que “nada” se resolveu. Em 2019, à esta mesma época, jamais se poderia prever o ano que se teria pela frente: uma pandemia global, que manteve a todos reclusos, temendo pela saúde, pelo emprego e pela vida. E como consequência, uma crise econômica e social de proporções avassaladoras.

No dia a dia sindical, o Sinergia CUT adaptou o relacionamento com os trabalhadores, utilizando-se mais da tecnologia, sem deixar de lutar. A forma de realizar assembleias foi mudada, mas, sempre que necessário e, tomando todas as medidas de segurança, dirigentes estavam presentes na base, defendendo a categoria.

Nesse período, foram assinados acordos específicos para regrar o trabalho em pandemia e o home office. Foram realizadas dezenas de Lives, dois Seminários e, todas as Instâncias do Sindicato aconteceram de forma remota, através do Zoom e também do Site e do Facebook do Sinergia CUT.

Tudo isso sob um (des)governo genocida, destruidor, que desde o começo negou a Covid-19,  debochou de mortos e infectados, retirou direitos trabalhistas.

Apesar de todas as adversidades, o Sinergia CUT cumpriu o seu papel de ousar, resistir e defender os direitos e interesses dos trabalhadores e trabalhadoras energéticas.

E 2020 está chegando ao fim. Agora é hora de avaliar o que passou, respirar e tentar visualizar o que poderá vir para organizar as ações futuras. Por isso a Direção está reunida entre esta sexta (18) e sábado (19), de forma virtual devido à necessidade de isolamento social, para a 2ª Reunião Colegiada.

Reunião Colegiada Kjeld Aagard Jakobsen (in memorian)

A reunião, ocorrida pela plataforma Zoom, foi aberta às 09h30, pelo presidente do Sinergia CUT, Carlos Alberto Alves. “Vivemos um momento tão difícil. A pandemia veio agravar, e muito, tudo o que já estávamos vivenciando. Mas somos resistentes. E estamos aqui comprometidos com nossa ousadia para 2021! Que possamos ter bons debates para traçarmos estratégias para nossa luta que não pode parar!”, disse.

Essa reunião Colegiada leva o nome do companheiro Kjeld Jakobsen, que faleceu no último dia 05 de dezembro, aos 65 anos, depois de longa batalha contra um câncer no pâncreas. Parceiros da luta, também referências no mundo sindical e na formação da esquerda, Vicente Andreu Guillo e Artur Henrique da Silva Santos, relembraram momentos históricos vividos junto com Kjeld.

“Era um cara espetacular, contador de histórias, comprometido com a luta, formador, extremamente inteligente, com uma memória invejável”, disse Vicente Andreu depois de contar como, conseguiram juntos a consolidação da oposição sindical que venceu a eleição nos Eletricitários de Campinas em 1987. “Kjeld sempre foi líder incomparável”, concluiu.

“Para mim, que convivi diretamente com ele, Kjeld era família. Como sindicalista, era um dos poucos dirigentes que conseguia juntar a teoria com a prática. Foi a cara do Sindicato para fora!”, afirmou Artur.

Depois de contar histórias pitorescas vividas com esse companheiro de luta e de vida, finalizou dizendo que Kjeld percorreu sua trajetória do começo ao fim ensinando a prática da defesa dos trabalhadores por todas as instâncias por onde passou.

Kjeld Jakobsen iniciou sua caminhada no mundo da política construindo o CRE (Conselho de Representantes dos Empregados) da CPFL, na década de 80, que foi pilar para a consolidação da oposição sindical que venceu a eleição nos Eletricitários de Campinas em 1987, onde foi dirigente até que a indicação para compor a direção da CUT o levou para brilhar no mundo.

Nos espaços internacionais, sua capacidade de elaboração e articulação elevou o Brasil. Para o Sinergia CUT, sua trajetória e seu legado continuarão presentes, na memória dos que com ele partilharam lutas, princípios e ideais e no cotidiano sindical, por seu exemplo de honradez, dignidade e coerência.

Companheiro Kjeld, presente!

Ao final desta matéria (ou clicando aqui) assista ao vídeo em homenagem ao companheiro Kjeld.

Após as homenagens in memorian, passou-se à primeira mesa de debates, com o tema “Conjuntura e Desafios para a classe trabalhadora”. O convidado para expor o tema foi o economista Guilherme de Melo.

O Economista Guilherme de Melo

Ele iniciou sua fala explanando sobre a conjuntura internacional. Para Melo, o ano de 2021 deverá ser de grande incerteza econômica e política. A pandemia seria sim, o principal fator. Segundo o economista, os países mais desenvolvidos conseguirão, talvez, atender suas populações no primeiro trimestre. E poderão até reabrir suas economias e escolas combatendo os efeitos maléficos da pandemia. “O cenário base é que haja uma retomada de crescimento de emprego, da renda e da demanda nos países desenvolvidos em 2021. Enquanto aqui, estaremos às voltas com a pandemia”, analisa.

O cenário do Brasil é de muito mais incerteza. “Temos um plano de vacinação que é uma piada. Não sabemos quando vai começar a imunização, nem quem vai aderi-la. A primeira onda da pandemia não passou e a segunda está aí e deverá ser ainda pior. O primeiro o semestre no Brasil será muito ruim”, ” avalia.

E o economista aponta causas para esse pessimismo: “O primeiro fator é fiscal. O governo voltará para as regras anteriores, com teto de gastos. Na prática, em 2020, houve uma injeção de recursos públicos por conta da pandemia. Em 2021, com teto de gastos, não haverá auxílio emergencial. Esse é o cenário é conhecido como abismo fiscal”, explica.

Uma saída desse “abismo”, seria o governo prorrogar o estado de calamidade para dar um fôlego para a economia. Porém, isso é um dilema para a direção da Câmara dos Deputados.  

Guilherme de Melo ainda discorreu sobre a recessão em que se encontra o Brasil com os preços em alta e o desemprego batendo recordes. “O custo de vida do trabalhador está aumentando, há uma queda brusca na renda, há desemprego, queda do PIB, aumento da taxa de juros e o fim do auxílio emergencial. Isso é o que visualizamos hoje. Para 2021, a  única boa notícia é que o PIB pode ser maior que o desde ano. Mas nada comparado ao que era antes desse período. A situação é muito delicada”, concluiu.

ESPERANÇA

Se tudo parece tão ruim, o Sinergia CUT ousa continuar na luta e ver luz no fim do túnel! Por isso, a segunda e a terceira mesas da Colegiada que ocorrerão na tarde desta sexta-feira, terão como temas: “O SINERGIA CUT- COMO AVANÇAR?”  E ainda: “PENSAR NO FUTURO E AGIRA NO PRESENTE”. Porque a saída é coletiva, o sindicato é seu parceiro nessa luta!

RECESSO DE FIM DE ANO

O Sindicato entra em recesso a partir do dia 21 de dezembro na sede e nas macrorregiões, retornando às atividades normais no dia 05 de janeiro de 2021, terça-feira. Nesse período haverá plantões de diretores sindicais em esquema home office que receberão eventuais demandas excepcionais e darão os devidos encaminhamentos.

O Sinergia CUT deseja a todos um Feliz Natal e que, no Ano Novo tenhamos a vacina e o nosso convívio de volta.

Por Débora Piloni

__________________________________________________________________________________________

Assista ao Vídeo em homenagem ao companheiro Kjeld Jakobsen

YouTube player