Precarização, ganância e desprezo pela vida matam trabalhador em acidente na ENERGISA

Precarização, ganância e desprezo pela vida matam trabalhador em acidente na ENERGISA

Divulgação

Elias Aredes Junior

Descaso, negligência pela vida e ganância capaz de deixar a vida dos trabalhadores em segundo plano. Não existem outros sentimentos presentes na alma de qualquer trabalhador da Energisa após tomar conhecimento da conjuntura e dos fatos que culminaram com a morte de  Benedito Aparecido Martins de Oliveira, o Benê,  de 47 anos, na noite de sexta-feira, 18, após sofrer uma descarga elétrica.  O acidente aconteceu por volta das 18h45, na Estrada Municipal Sebastião Dias Pereira, no Bairro do Guaraiúva, em Vargem. O acidente também deixou ferido  Gilson Honório da Silva, de 38 anos,  que também sofreu a descarga elétrica e  foi atendido no Hospital Universitário São Francisco  (HUSF.

De acordo com relatos obtidos pelo Sinergia CUT e divulgados pelos veículos de Comunicação, Gilson informou à polícia que realizava com seu colega Benedito a manutenção da rede elétrica no interior de um pasto situado cerca de 300 metros da estrada. Enquanto Benedito trabalhava na parte superior de um poste, apoiado numa escada, Gilson o auxiliava um pouco mais abaixo.

Nesta ocasião, uma descarga elétrica na fiação, o que produziu forte estrondo e presença de fogo, fazendo com que as vítimas se assustassem. Como tentativa de precaução eles  desceram rapidamente da escada onde estavam apoiados e se afastaram.

Ato contínuo, Gilson caminhou em direção ao pasto enquanto que Benedito correu no sentido oposto, na direção do veículo da empresa. Ao atravessar uma cerca de arama farpado,, o poste recebeu nova descarga elétrica, provavelmente causada por algum cabo elétrico que estava solto. A fiação energizou a cerca e Benê. Gilson ainda tentou puxar o colega Benedito, mas o companheiro está estava desfalecido. Quando o Samu chegou ao local Benê já havia falecido.

O pior ainda estava por si. Horas se passaram após o acidente e a empresa não concedeu qualquer comunicação ou informação a respeito do acidente e nem de quem eram os envolvidos. Resultado: um clima de tensão e apreensão foi espalhado nas redes sociais pois parentes, amigos e trabalhadores da Energisa tentaram de todas as formas buscar algum tipo de informação sobre o acidente.

Dirigentes do Sinergia CUT tentaram buscar informações por todos os meios e não foram atendidos pela empresa. Uma falta de transparência injustificável.

A confirmação do óbito veio apenas as 23h, mais de quatro horas após o acidente. Um descalabro e descaso da empresa não somente com os parentes e amigos de Benê, como também do próprio Gilson, que ferido, não teve sua situação esclarecida junto aos seus próximos.

Ficam as perguntas: até quando a Energisa vai tratar seus trabalhadores como pessoas descartáveis? O que justifica tamanha crueldade? Como entender e compreender tamanha negligência com a vida humana? O que justifica deixar o dinheiro  e a ganância acima da segurança? Sim porque se a empresa entendesse a importância de se conceder condições dignas de trabalho e de preservar as condições dos equipamentos certamente Benê ainda estaria com seus familiares e amigos.

O Sinergia CUT não ficará inerte. Vai cobrar investigação pormenorizada do acidente e vai tomar providências para que a Energisa seja responsabilizada pela perda de mais uma vida. A impunidade não prevalecerá.