Debate iniciado na manhã desta sexta-feira (19) trata sobre prioridades e estratégias das negociações salariais dos energéticos do estado de SP em tempos de pandemia. Reunião acontece até o final da tarde de sábado (20), pela plataforma zoom
O Sinergia CUT realiza entre esta sexta-feira (19) e sábado (20), a Oficina de Planejamento da Campanha Salarial 2021. Em tempos de pandemia da Covid-19, isolamento social e visando a proteção de todos os dirigentes sindicais e participantes envolvidos, o encontro acontece de forma remota, através da plataforma Zoom Meetings.
O presidente do Sinergia CUT, Carlos Alberto Alves, abriu o evento saudando os presidentes dos sete sindicatos que compõem essa entidade sindical e também todos os demais presentes.
“O momento em que vivemos é muito importante. Apesar da angústia devido a essa pandemia que nos assola há mais de um ano e por conta de alguns companheiros que não estão aqui porque se recuperam da Covid-19, estamos felizes porque podemos nos reunir, mesmo que remotamente, para pensarmos e repensamos a nossa luta que não acaba nunca. Que seja um tempo de grande proveito e crescimento para todos e que possamos traçar as melhores estratégias para que tenhamos êxito em mais essa Campanha Salarial. União, foco e ousadia”, desafiou o presidente do Sinergia CUT.
Cenário
Para expor os cenários de negociação atual, inflação e teletrabalho, o Sindicato convidou o cientista social e diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior. Segundo ele, essa discussão começa pela conjuntura que não mudou de um ano para o outro. “O ano de 2021 começou como se não tivesse acontecido a virada. Estamos numa fase da pandemia batendo recorde de mortes, mas com uma sociedade que acha que tudo já passou apenas por ter mudado o número 20 para 21”, afirmou.
O cenário atual é de pandemia e a perspectiva é ainda pior. Esse foi o panorama exposto por Fausto através de números do desemprego no Brasil, da economia que está muito frágil e de um grave problema que é a queda do poder aquisitivo das pessoas.
“Hoje, temos mais de 14 milhões de desempregados. Houve um aumento dos preços da cesta básica e, assim, a capacidade de compra diminuiu bastante. O carrinho do supermercado está cada vez mais vazio! É a carestia”, lamentou.
A pandemia mexeu com a produção. E há uma regra no mercado: se cai a produção, sobe o preço. “A sensação é de inflação muito alta, apesar da inflação média não ser tão alta assim”, disse o diretor técnico do Dieese durante a Oficina da CS 2021.
Uma outra questão colocada por ele a ser analisada nesta Campanha Salarial é o embate a ser criado entre prioridades. “Os trabalhadores esperam repor suas perdas desse último ano e as empresas, por sua vez, sempre trabalham com a projeção do futuro, ou seja, com uma previsão de mercado, que está em crise. Daí vem o outro problema da negociação. É preciso pensar como trabalhar tais questões”.
Com relação ao home office, Fausto avalia que esse é um sistema que veio para ficar, porém, segundo ele, há elementos a serem estudados e incorporados para uma possível regularização e manutenção da união da categoria. “Será preciso negociar e estabelecer cláusulas para garantir, no mínimo, ajuda de custo, condições e jornada de trabalho dignas ao trabalhador e suas famílias”, concluiu o diretor técnico do Dieese.
A partir de toda essa reflexão e, dando sequência à Oficina, os dirigentes e demais participantes iniciaram o longo debate que se prosseguirá até o final da tarde de amanhã (20) sobre as estratégias e táticas de negociação com a discussão sobre as pautas de reivindicações, cláusulas, eixos da campanha e organização de base.
Tudo isso porque a prioridade do Sinergia CUT sempre foi e será a categoria mantendo, em qualquer circunstância, a resistência com muito mais ousadia! Que venham os desafios e a vitória dos trabalhadores na Campanha Salarial 2021!
Por Débora Piloni