Marcha das Margaridas realiza ato político e cultural online nesta quinta-feira (11)

Maior ato de mulheres da América Latina, a Marcha deste ano não ocorrerá devido à pandemia de Covid-19

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Redação CUT

Escrito por: Redação CUT 

Marcha das Margaqridas, em 2011, quando não tinha pandemia

O movimento Marcha das Margaridas realizará um ato político e cultural virtual  nesta quinta (11), às 15h, em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, celebrado na última segunda-feira (8).

Seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de  distancimento social para conter a propagação do novo coronavírus, que já matou mais de 297 mil brasleiros, o ato será virtual, transmitido pelo FacebookYou Tube e portal da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), além das páginas das organizações parceiras da Marcha das Margaridas. Em 2020, os 20 anos da Marcha das Margaridas, realizado no mês de agsoto, também foi virtual.  

Mantendo todos os cuidados necessários, a crise sanitária e econômica vivida no país exige resistência das mulheres do movimento, diz Mazé Morais, secretária de comissão de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag. 

“É na força coletiva que está a nossa esperança. Com ela, faremos chegar às ruas, em todos os cantos deste país, o nosso grito, fazendo todas essas denúncias pela vida das mulheres. Precisamos ser resistência”.

Na mesma linha, Adriana do Nascimento Silva, também da Comissão Nacional de Mulheres da Contag, afirma que o movimento de mulheres não poderia deixar passar em branco o mês de luta das mulheres, ainda mais neste momento de pandemia de covid-19.

“A luta não pode parar. Os mecanismos de poder continuam existindo na sociedade e ainda é desafiador ser mulher, agricultora, ribeirinha, extrativista e jovem nesse campo da agricultura, nessa sociedade. Sentimos a necessidade de usar essa plataforma virtual para continuar colocando a luta por direitos das mulheres”, afirma Silva.

A integrante da Contag também afirma que é preciso reafirmar a luta das mulheres no atual contexto político. “Nos deparamos com uma situação totalmente adversa, com um desgoverno que não prioriza a vida das pessoas, que poderiam estar sendo vacinadas. Mais do que nunca, devemos reafirmar o nosso lema de luta pela vida de todas as mulheres”.

Marcha das Margaridas

Em 12 de agosto de 1983, Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi assassinada na porta de sua casa. Por denunciar abusos e desrespeito aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais, a dirigente sindical pagou com a vida, mas como tantos outros lutadores, virou semente. Assim, desde o ano 2000, a cada quatro anos, milhares de mulheres do campo, da floresta e das comunidades ribeirinhas tomam as ruas de Brasília para continuar essa luta. 

Coordenada pela Contag e as 27 federações estaduais e mais de quatro mil sindicatos filiados, a Marcha é construída em parceria com os movimentos feministas, centrais sindicais e organizações internacionais.

No primeiro ano da Marcha das Margaridas, em 2000, cerca de 20 mil mulheres ocuparam as ruas do Brasil em protestos regionais. Em 2019, foram mais de 100 mil mulheres e representações de mais de 20 países, especialmente da América Latina. Hoje, a Marcha das Margaridas é a maior marcha de mulheres da América Latina.

Com informações BdF

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