Covid-19

Com 15.661 vidas perdidas em uma semana, Brasil se aproxima de 300 mil mortes

No total, são 294.042 óbitos em decorrência da Covid-19 e 11.998.233 casos da doença. Especialistas defendem lockdown nacional

Alex Pazuello / Divulgação

Redação CUT

Em apenas uma semana, 15.661 pessoas morreram no Brasil de complicações causadas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus na semana passada. Foi o maior número de mortes em sete dias desde o inicio da pandemia, em fevereiro do ano passado. 

Esse número representa 25% das mortes registradas no mundo no período entre 15 e 21 de março, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), foram 60,2 mil pessoas vítimas da Covid-19 no planeta nesse período, segundo o jornalista Jamil Chade, em texto publicado nesta segunda-feira (22) no UOL.  

Sem comando do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), que sabota todas as medidas tomadas por governadores para conter a disseminação do vírus, e com dois ministros da Saúde – o general Eduardo Pazuello ainda não entregou o cargo para o novo ministro, Marcelo Queiroga porque ele é dono de clínicas e tem de sair das sociedades para assumir o cargo – o país atravessa um dos momentos mais trágicos da pandemia em meio a escalada de mortes e casos.

Na última semana o país teve os piores dias em número de óbitos e casos confirmados, sendo, também, o pior fim de semana desde o início da pandemia – foram 3.728 óbitos por Covid-19 em 48 horas.

Em 24 horas, foram 1.290 mortes por Covid-19, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados neste domingo (21). Foram 47.774 novos casos da doença no mesmo período.

Essa semana, o país deve atingir a triste marca de 300 mil vidas perdidas. No total, são 294.042 óbitos em decorrência da Covid-19 e 11.998.233 casos da doença até agora.  Até então, o domingo mais letal da pandemia havia acontecido no dia 14, com 1.138 mortes.

Especialistas são unanimes em afirmar que o Brasil deve entrar em lockdown nacional para evitar que pessoas morram na rua ou em casa devido ao colapso hospitalar em várias capitais. Nos últimos dias, sete estados chegaram a um ponto considerado extremamente crítico.

Em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, a transmissão está descontrolada e não há capacidade de atendimento para todos os pacientes que chegam aos hospitais precisando urgentemente de um leito nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Enquanto pacientes já estão morrendo até no chão de unidades básicas de saúde, o Brasil enfrenta outro drama: falta de medicamentos para pacientes que estão em estado grave. Cerca de 22 medicamentos utilizados em UTI têm estoques baixos se compararmos a quantidade de unidades em estoque e o volume comercializado.

O colapso hospitalar no Brasil tem chamado atenção do mundo inteiro. Para vários cientistas, a situação dramática que o país vive é pela negligência e falta de planejamento do governo Bolsonaro.  De acordo com a CNN americana, o Brasil é uma ameaça global após explosão no número de casos em decorrência da Covid-19 devido à falta de vacinas, liderança e sem saída à vista.

Segundo a reportagem do canal de TV, a crise sanitária no país nunca foi tão dramática, com quase todos os estados brasileiros tendo de enfrentar uma ocupação de UTI de 80% ou mais, o que significa que esses sistemas de saúde entraram em colapso.

Brasil pode chegar a 500 mil mortos na metade do ano

De acordo com o neurocientista, Miguel Nicolelis, o Brasil pode chegar a 500 mil mortes na metade desde ano se não forem implementadas medidas restritivas imediatamente. É uma “destruição ou desgraça em grande escala”, disse o médico, neurocientista e professor catedrático da Universidade Duke (EUA).

Ele afirmou ainda que o estado de São Paulo vive um momento dramático. Há pacientes morrendo nas filas de espera por vagas nos hospitais.

“O prefeito e o governador têm que criar coragem e fechar a capital e a Grande São Paulo, impedindo o fluxo nas rodovias. Não dá para continuar empurrando com a barriga”.

Recorde de pessoas internadas no RS

O Rio Grande do Sul, que enfrenta um momento delicado na pandemia, registou novo recorde de 2.628 pacientes internados em UTI no último sábado (20), segundo o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES). 

O número mais do que dobrou em um mês. Em 16 de fevereiro, havia 952 pessoas nessa situação. Neste momento, infectados representam 75,2% do total de internados em UTIs no Rio Grande do Sul.

Mais de 3 mil leitos para casos graves estão ocupados. Somente a capital Porto Alegre, 238 pessoas estão na fila de espera pela liberação de um leito de UTI. 

São Paulo tem mais de 2 mil sepultamentos em 7 dias

A situação crítica da pandemia de Covid-19 em São Paulo gerou um aumento no número de sepultamentos realizados na capital paulista e pressiona os cemitérios municipais da cidade. 

De acordo com dados do Boletim Diário do Serviço Funerário do Município de São Paulo divulgados neste domingo (21), foram 2.253 sepultamentos entre o último domingo (14) e este sábado (20). Apenas no sábado, a capital paulista teve 372 enterros, o maior número registrado desde o início da pandemia, superando o recorde diário da última quinta-feira (18), que era de 337.

Em janeiro de 2020, o Serviço Funerário de São Paulo registrou 5.694 sepultamentos, e 5.189 em fevereiro. Em 2021, o mesmo período teve registro de 6.677 e 5.962 enterros, respectivamente, de acordo com a Prefeitura de São Paulo.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que reforçou o quadro de funcionários nos cemitérios municipais. Além dos 173 sepultadores efetivos ativos e dos 150 terceirizados contratados em 2020 e início de 2021, mais 35 iniciarão na próxima semana.

Escrito por: Redação CUT