Representantes do Sinergia CUT e das demais entidades que negociam com a CPFL Santa Cruz rejeitaram a proposta da empresa na segunda rodada de negociação, realizada virtualmente nesta segunda-feira (27). De acordo com os sindicatos, não há como aceitar essa pretensão da patronal que “não contempla minimamente a reposição integral da inflação”. A terceira rodada ocorrerá em 6 de outubro.
Para fechar os acordos coletivos de trabalho com os sindicatos, a CPFL Santa Cruz apresentou a seguinte proposta:
- Reajuste dos salários vigentes em 31 de agosto de 2021 com o percentual de 3,03%, a partir de 1º de setembro de 2021, com exceção dos empregados que ocupam cargos de gerentes e diretores que terão regras próprias para correção salarial;
- Na Folha de Pagamento do mês de janeiro de 2022, será aplicado sobre os salários vigentes em 31 de dezembro de 2021 o percentual de 6,45%, totalizando a partir de janeiro de 2022, a integralidade do índice inflação medido pelo IPCA do período de 01/09/2020 a 31/08/2021, ou seja, 9,68%.
- Reajuste dos benefícios expressos monetariamente no Acordo Coletivo de Trabalho 2019/2021 com o índice de inflação medido pelo IPCA do período de 01/09/2020 a 31/08/2021, com o percentual de 9,68% a partir de setembro de 2021, com exceção do valor fixo da Gratificação de Férias que não terá o reajuste.
Entram nessa regra de reajuste os seguintes itens:
o Piso Salarial
o Salário Substituição
o Auxílio Refeição/Alimentação
o Auxílio Creche
o Auxílio para Pais com Filhos Especiais
o Vale Natal
o Aprendizes
o Transferência de Local de Trabalho
- Manutenção de um Programa de Participação nos Lucros ou Resultados nos mesmos moldes e valores convencionados com as entidades sindicais para o ano de 2022, ou seja:
– Target Referencial de 1,4 salários para cargos que não exigem formação universitária e de 1,5 salários para cargos que exigem formação universitária, com a garantia de utilização de valor de referência de pelo menos R$ 4.821,23 (valor que será reajustado com o IPCA medido pelo IBGE no período de 01/09/2021 a 31/08/2022), para os empregados admitidos até 30 de novembro de 2019;
– Para as áreas operacionais, 40% do valor de referência atrelado ao resultado do EBITDA, 30% aos indicadores do negócio e 30% aos indicadores de área;
– Para as áreas corporativas, 40% do valor de referência atrelado ao resultado do EBITDA e 60% aos indicadores de área.
Ajustes em cláusulas
Durante a negociação, a CPFL Santa Cruz também informou a necessidade de ajustes nas redações das cláusulas referentes aos seguintes itens: piso salarial, CNH, incentivo à aposentadoria e indenização por morte e seguro de vida. Mas, ainda não apresentou as novas redações.
Melhoria da proposta
Os representantes dos sindicatos reiteraram a importância que a empresa reveja a proposta apresentada. Eles apresentaram uma lista de itens que precisam “evoluir”. São eles:
- Reajuste nos Salários aplicado de forma integral com ganho real;
- Reajuste do Auxílio Refeição com ganho real, haja vista os altos índices da inflação de alimentos;
- Reajuste da Gratificação de Férias com o mesmo percentual do reajuste dos benefícios;
- Com relação à PLR, retirada da linha de corte do valor mínimo de referência, igualando o programa para todos os empregados;
- Criação de comissão para discussão dos assuntos de Saúde e Segurança do Trabalho;
- Implantação de um Plano de Previdência Complementar, na modalidade CD;
- Revisão na Carreira de Eletricistas, que atualmente causa grande insatisfação e não atende às expectativas dos empregados;
- Implantação de Plano de Carreira para os demais cargos da CPFL Santa Cruz;
- Expectativa dos empregados da Subtransmissão nas negociações para ajustes na Escala de Trabalho 6×3, estabelecendo cronograma para discussões entre empresa e sindicato para viabilizar a implantação a partir de janeiro de 2022;
- Aumento da verba destinada ao Programa de Requalificação Profissional;
- Que a empresa apresente por escrito, as redações das cláusulas que está propondo alteração no Acordo Coletivo;
- Equiparação das práticas e valores da CPFL Santa Cruz x CPFL Piratininga;
- Que não haja a obrigatoriedade de apresentação da CNH “C ou D” para evolução na carreira de eletricistas;
- Vigência do acordo coletivo por 2 anos.
Todos pela vida: com saúde, emprego e renda
Por Nice Bulhões, com informações da Secretaria Geral