Luta por direitos

Entregadores de aplicativos param em várias cidades de São Paulo

Trabalhadores querem o fim dos bloqueios injustos e aumento da taxa mínima que recebem das empresas

Reprodução/PT

Redação CUT

Entregadores de aplicativos de várias cidades do interior do estado de São Paulo estão em greve e prometem manter o breque dos apps até que as empresas respondam à pauta de reivindicações. Eles trabalham para empresas como iFood, Uber Eats, Box Delivery, Rappi e James Delivery.

No Twitter, Galo postou que os entregadores de Jundiaí estão em greve há seis dias e a pauta, além do  fim dos bloqueios injustos, inclui aumento da taxa mínima de 5 pra 10 reais. “A gasolina tá um absurdo e o que já estava difícil agora tá quase que impossível”, disse o entregador.

O perfil Treta no Tampo avisou que, a partir das 15h de hoje, tem tuitaço em apoio aos grevistas: #BrequeDosApps.

Outro perfil do Twitter, o Explana, disse em uma postagem: Em Jundiaí mandando o papo: 6° dia de greve consecutivo! Amanhã é dia de breque em Niterói e São Gonçalo

Em Paulínia, a paralisação começou na última sexta-feira (8) e os trabalhadores dizem que seguirão de braços cruzados ao menos até a próxima sexta (15), segundo o BdF.

Nesse dia está marcado o início do breque dos entregadores de Bauru (SP). 

Em São Carlos, trabalhadores decidiram em assembleia realizada na noite dessa quarta-feira (13) dar uma trégua temporária para juntar dinheiro para as despesas e parar de novo no dia 15, disse um entregar ao BdF.

Nessa terça (12) teve paralisação em Rio Claro (SP) das 14h às 17h.

Justiça x exploração

As operadoras de aplicativos, em nome da modernização e da prestação de serviços, criaram novos sistemas de entrega, aumentaram o leque de opções aos clientes. Se por um lado, o cliente tem mais comodidade, por outro lado, o preço é pago pelos trabalhadores.

Mas, a Justiça do Trabalho vem dando decisões favoráveis aos trabalhadores em vários estados brasileiros, reconhecendo a exploração da mão de obra.

Confira algumas decisões favoráveis aos trabalhadores:

Em setembro, a 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4) reconheceu o vínculo de emprego entre um motorista e a Uber do Brasil e ainda condenou a empresa ao pagamento de indenização no valor de R$ 1 milhão por danos sociais.

No despacho, o relator da ação, desembargador Marcelo Ferlin D’Ambroso, disse que a forma de prestação de serviços não altera a essência da relação de emprego, “fundada na exploração de trabalho por conta alheia. Por outras palavras, não há nada de novo nisso, a não ser o novo método fraudulento de engenharia informática para mascarar a relação de emprego”, completou.

Em julho, no Ceará, a Justiça Ceará obrigou a Uber a pagar direitos trabalhistas a motorista do aplicativo.

Em abril, Justiça do Rio Grande do Sul mandou Uber assinar carteira de motorista e pagar salário de R$ 3 mil por mês.

Escrito por: Redação CUT