Escrito por: Redação CUT
Circula nas redes sociais vídeo que mostra um vendedor de uma unidade do hipermercado Carrefour de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, sendo humilhado pela gerente, enquanto limpa o chão da loja de joelhos. A cena revoltante foi gravada por uma cliente.
O trabalhador é o vendedor Pedro Henrique, de 23 anos, que com medo de perder o emprego e não conseguir se recolocar como outros mais de 14 milhões de brasileiros desempregados, disse ao G1 que isso acontecia sempre, mas ele não queria mídia porque tem medo de ser demitido.
A gravação da cena que a cliente fez, segundo ele, ocorreu no fim do mês passado, entre 26 e 30 de setembro. Isso, disse o trabalhador sobre como foi tratado pela gerente “já é costume ela ser assim, desde que chegou”.
“Mas eu não queria mídia, não queria manchar o nome da empresa. Eu tinha outros gerentes muito bons. Eles me deram uma oportunidade, eu quero crescer. Tenho medo de ser demitido”, acrescentou.
Assédio da gerente e dos colegas
O assédio moral foi duplo, da gerente e dos colegas de trabalho, contou Pedro Henrique, que após o sofrimento mental provocado pelas chacotas no ambiente de trabalho pediu afastamento médico.
“Eles [colegas de trabalho] ficam de brincadeira comigo, fizeram até ‘meme’. Poucos ficaram do meu lado. Ninguém nunca me chamou pra perguntar o que aconteceu, para me tranquilizar, ninguém falou nada. Eu não sou de ficar me ‘vitimizando’, mas acho que merecia pelo menos um pedido de desculpas”, diz.
O que aconteceu no dia em que o vídeo foi gravado
De acordo com o trabalhador, a gerente pediu para ele dar uma mão aos colegas depois que terminou suas tarefas.
“Eu tinha terminado de fazer minhas tarefas, e ela [a gerente] pediu para eu dar uma mão para um colega. Eu falei que tudo bem. Limpei os fogões, limpei geladeira, fiz minha parte”, contou Pedro Henrique.
“Depois, eu estava limpando lá, ela viu uma fita no chão, eu acho que é aquela de demarcação de distanciamento da Covid, ficou aquela cola preta. Ela falou: a gente tem que tirar isso. Eu chamei a equipe de limpeza, eles tentaram tirar e também não conseguiram, disseram que precisava usar uma máquina. Eu falei para ela que não tinha como a equipe limpar, porque a máquina não estava na loja. Ela falou que eu tinha que fazer e já começou a ficar nervosa”, concluiu.
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