Combustão

Nova alta do diesel impulsiona greve dos caminhoneiros

No ano, diesel acumula alta de 65%. “Estamos numa situação pior que 2018”, diz líder dos caminhoneiros autônomos

Reprodução/TVT

Gastos com combustível e manutenção consome até 75% dos rendimentos dos caminhoneiros autônomos

Redação RBA

São Paulo – Caminhoneiros autônomos e celetistas estão em estado de greve e planejam uma forte mobilização nacional a partir da próxima segunda-feira (1º). O novo aumento do diesel, que subiu 9% nesta semana, elevou ainda mais a temperatura entre os integrantes da categoria. “Não tem mais como aguentar. Estamos numa situação pior que 2018”, disse o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão.

À repórter Dayane Ponte, para o Seu Jornal, da TVT, Chorão afirmou que a categoria viu como “piada” e “chacota” a proposta do presidente Jair Bolsonaro, que ofereceu vale-combustível de R$ 400 para os caminhoneiros autônomos. Em 2021, o diesel acumula alta de 65%.

Nesse sentido, outro fator de insatisfação foi a maneira como a categoria foi tratada pelo ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Em palestra a empresários na última sexta-feira (22), ele sugeriu aos caminhoneiros que aumentassem o preço do frete para cobrir as perdas com a alta dos combustíveis.

“Ele (Tarcísio) afirmou, com todas as letras, que é inimigo da categoria”, disse o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL-CUT), Carlos Alberto Litti Dahmer.

Outra promessa não cumprida pelo governo Bolsonaro é uma linha de crédito de R$ 100 mil a ser concedida pelo BNDES para a manutenção dos caminhões. De acordo com Chorão, até 75% das receitas dos caminhoneiros são gastas para encher o tanque e trocar peças dos veículos.

A única “promessa” cumprida pelo presidente, segundo ele, foi o aumento do diesel, que foi antecipada por Bolsonaro ainda no final de semana. “Realmente ele cumpriu com a palavra dele. A gente só não esperava que era um reajuste 9% de cara”, ironizou.

Fim do PPI e piso do frete

Os caminhoneiros reivindicam o fim da política de Preço de Paridade Internacional (PPI), adotada pela pela Petrobras desde 2016. Desde então, os preços dos combustíveis são reajustados de acordo com a variação do petróleo no mercado internacional, cotado em dólar. “Nós somos autossuficientes em petróleo. E o nosso custo de extração do petróleo é o menor do mundo”, criticou Dahmer.

Além disso, a categoria também pressiona para que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida pela constitucionalidade da lei que institui o piso mínimo do frete. O diretor da CNTT revela ainda que uma reunião com o governo federal para esta quinta-feira (28) foi desmarcada. “Infelizmente é através desse movimento paredista, marcado para o 1º, que pode acontecer algo diferente”, vaticinou, sobre a mobilização para a greve dos caminhoneiros.

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Redação: Tiago Pereira – Edição: Helder Lima

Por Redação RBA